As horas do julgamento
e crucificação do Senhor Jesus e os métodos de se contar o tempo são bem
interessantes. No Evangelho de João é utilizada a contagem romana do tempo, que
é a mesma empregada hoje, porém nos três outros Evangelhos, e também em Atos, o
tempo é contado segundo o modo judeu. É calculado do nascer do sol ao poente, e
do poente ao nascer do sol.
1. Pilatos condenou o
Senhor Jesus "à hora sexta" (Jo 19:14), ou seis da manhã, de acordo
com o horário romano. O Senhor e Seus discípulos comeram a Páscoa na noite
anterior, e depois foram ao Jardim de Getsêmani.
Ali Ele foi traído por
Judas, preso pela turba, e abandonado pelos Seus. Ele foi então levado ao sumo
sacerdote, e mais tarde a todo o conselho, onde foi condenado à morte. Dali Ele
foi levado a Pilatos, de Pilatos a Herodes, e de volta a Pilatos. Então, em Sua
aparição final diante de Pilatos, Ele foi condenado à morte às 6 horas da
manhã. Eles haviam ficado ocupados a noite toda a fim de executar seus malignos
desígnios.
2. Marcos 15:25 diz:
"E era a hora terceira, e O crucificaram". Isto está em perfeita
concordância com o Evangelho de João, onde Ele continuava sendo julgado às 6
horas da manhã. Aqui, em conformidade com o horário judaico, Ele foi
crucificado à hora terceira, ou 9 horas da manhã. Após Pilatos haver
pronunciado Sua sentença, Ele foi levado para ser escarnecido pelos soldados, e
depois levado em procissão para fora da cidade, até o Gólgota. Assim passou um
período de tempo equivalente a três horas, da sentença até a crucificação.
3. Mateus, Marcos e
Lucas nos falam das trevas que desceram sobre a terra da "hora sexta...
até a hora nona", ou do meio-dia às três da tarde. Ele esteve na cruz das
nove da manhã até o meio-dia sofrendo como um mártir; daí em diante a cena
mudou e Ele foi feito uma "oferta pelo pecado". Durante o segundo
período de três horas, Ele esteve ali como a vítima santa, e trevas encheram
todo o cenário, pois o homem foi colocado fora de cena quando o assunto era
Deus tratando com o pecado na Pessoa do Substituto que não tinha pecado. Todos
os três evangelhos que falam daquelas três horas falam delas segundo o método
judaico de contagem do tempo. A razão de João usar o horário romano está no
fato de ele haver escrito muito tempo depois, talvez no ano 90 D.C., ou vinte
anos depois de Jerusalém e do governo judaico haver sido destruído; nessa época
o horário romano estava em vigor.
4. Tão logo o Senhor
Jesus entregou Seu Espírito, à hora nona, o véu no templo foi rasgado de cima
abaixo. Nenhuma mão humana fez isso, pois o rasgo começou em cima. Era Deus
Quem fazia aquilo, abrindo assim a entrada ao santo dos santos, mostrando que
Ele podia sair para fora em graça, e que o pecador podia se aproximar através
da obra consumada dAquele que morreu.
5. Atos 3:1 nos diz que
a hora nona era a hora de oração; ou seja, às três da tarde. Alguns também
dizem que àquela hora, à hora da oração, o sacerdote ficava no santo lugar do
templo, bem defronte ao véu. Se isto for verdade, o sacerdote deveria estar no
santo lugar para testemunhar o véu rasgando. Que visão deve ter sido para ele,
poder enxergar aquele lugar - o santo dos santos, que era conhecido apenas do
sumo sacerdote que ali entrava uma vez por ano - totalmente aberto diante de
seus olhos. Que testemunho da eficácia da obra dAquele que acabava de morrer!
P.Wilson, Christian Treasury, Ago/94.
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