A Palavra de Deus mostra claramente
que havia, para o ministério, dons de diversos tipos, mas nunca insinua que a
Igreja concedesse tais dons, ou que ela dava a autoridade necessária para que
fossem usados. Os dons são divinamente concedidos, e a autoridade flui
diretamente da Palavra de Deus. "Ora há diversidade de dons, mas o
Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o
mesmo" (1 Co 12:4-5). Aqui vemos que o Espírito distribui os dons, e que o
Senhor dirige os serviços. As nomeações feitas pelo homem e a vontade do homem
são coisas que permanecem totalmente de fora.
A nomeação humana para o ministério tem sido a fonte de
muito mal em toda a Igreja professa. Tem sido a maneira de empurrar muitos para
a obra, pessoas sem nenhuma aptidão para tal. E tem impedido o ministério de
muitos que possuem o dom para ele, mas que foram incapazes de cumprir as
exigências do sistema humano para que pudessem ser ordenados. Quão solene é que
homens coloquem-se entre Deus e aquele a quem Ele dotou para o ministério, ou
ordenem para a obra do ministério aqueles aos quais Deus nunca dotou.
Que possamos entender o quão solene
é isso, e procurarmos edificar juntamente com Deus e no Seu temor, ainda que
isto nos faça separar da grande multidão que está edificando debaixo da
autoridade humana. O servo do Senhor é responsável por ser fiel a todo custo, e
ainda que venha a servir sozinho, será melhor fazê-lo assim, com a aprovação do
Senhor, do que sem esta, mesmo que conte com todo o louvor que vem dos homens.
O mundo pode chamar isto de tolice, e seus irmãos podem achar que ficou louco,
mas o que importa? Porventura Paulo não foi rejeitado, odiado e perseguido? E
até aqueles que eram o selo do seu ministério envergonharam-se de suas cadeias.
Todos os da Ásia o abandonaram, mas o Senhor permaneceu com ele e o fortaleceu.
E acaso o servo do Senhor não conta com o mesmo recurso hoje? Porventura não
pode ele contar com o Senhor? O Senhor é fiel, e isto é suficiente para o servo
que verdadeiramente conhece seu Senhor. A recompensa não é agora; ela virá no
devido tempo.
Não há duvida de que o verdadeiro
servo irá encontrar muita dificuldade. Sempre foi assim, e não será diferente
agora. A confusão se estabeleceu e a senda do verdadeiro servo passa em meio a
ela. Os membros de Cristo encontram-se espalhados em muitas seitas, e o servo
deve conservar-se pronto e à disposição do Senhor para ir a qualquer um desses
membros e ministrar segundo a sua necessidade. Se isso interferir com os planos
e projetos dos homens, ele nada tem a ver com isso. É a Deus que ele tem que
dar conta de si mesmo, e não aos homens.
O caminho é difícil por causa da
confusão existente; e os homens procurarão torná-lo cada vez mais difícil, mas
Aquele que tem a chave de Davi, que abre e ninguém fecha, e fecha e ninguém
abre, é capaz de prover uma porta aberta para o Seu servo, porta essa que
ninguém pode fechar. Bendito será aquele servo que reconhecer sua comissão como
vinda diretamente da Cabeça, e que atuar como se só Ele o visse, buscando a Sua
glória e a bênção de todos os Seus membros. Não importa o que o seu trabalho
possa parecer aos olhos dos homens, naquele dia em que as obras serão provadas,
será visto que a sua obra esteve apoiada no alicerce e que ele construiu com
ouro, prata e pedras preciosas que permanecerão para sempre.
Neste tempo de confusão e ruína,
possamos receber, tanto o aviso como o encorajamento vindo das últimas
instruções de Paulo a Timóteo, seu filho na fé: "Conjuro-te pois diante de
Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na Sua
vinda e no Seu reino, que pregues a Palavra, instes a tempo e fora de tempo,
redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina" (2 Tm
4:1-2).
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