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Musica instrumental nas reunioes

O ensino acerca do que é aceitável e agradável a Deus nesta dispensação presente é de primordial importância para nosso louvor e adoração, o que se trata do mais alto privilégio que um cristão pode ter enquanto aqui. Três passagens das Escrituras nos dão instruções claras a respeito:

"Ora o Deus de paciência e consolação vos conceda o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus. Para que concordes, a uma boca, glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo" (Rm. 15:5,6).

"Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus em espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne" (Fp. 3:3).

"O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens; nem tão pouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas" (At. 17:24,25).

No louvor e adoração, o Espírito de Deus usa a boca do crente, que se regozija em Cristo com entendimento, para dar expressão ao propósito de glorificar ao próprio Deus, pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Isso é extremamente positivo, muito embora existam algumas restrições. A carne não pode participar disso, assim como não terá lugar no louvor aquilo que é produzido pela mão do homem. As Escrituras são claras e conclusivas a respeito e devemos ser guiados por elas.

Em Hebreus nos é apresentado o lugar que temos para adorar: "Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus" (Hb. 9:24).

"Tendo pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus" (Hb. 10:19).

"Por isso também Jesus, para santificar o povo pelo seu próprio sangue, padeceu fora da porta. Saiamos pois a ele fora do arraial, levando o seu vitupério. Porque não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura. Portanto ofereçamos sempre por ele a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome" (Hb. 13:12-15).

Hoje, portanto, adoramos nos céus onde se encontra nosso Sumo Sacerdote. Há, porém, um lugar nesta terra, que está conectado com nosso lugar nos céus, onde Cristo prometeu estar presente, conforme nos diz em Hebreus 2:12: "Anunciarei o teu nome a meus irmãos, cantar-te-ei louvores no meio da congregação".

A música instrumental não deveria ser trazida para as reuniões da igreja ou assembléia. Na adoração, a música instrumental só irá satisfazer aos sentidos da carne, e isto não é e nem pode ser aceitável a Deus.

Em nossos lares já é diferente e os instrumentos musicais podem nos ser de auxílio, ajudando-nos, inclusive, a aprendermos a cantar mais corretamente. Creio que o desejo de Deus é que os Cristãos escrevam seus próprios hinos, salmos e cânticos espirituais em suas próprias línguas. Isto está de acordo com Efésios 5:19 e deve ser feito com melodias apropriadas.

Devemos nos lembrar de que estamos sob a graça e não sujeitos à lei. Deus não nos deu leis e regras para estes dias e não devemos criá-las. É, porém, digno de nota que as harpas e os órgãos tiveram início na cidade de Caim, depois que ele saiu da presença de Deus.

C. Buchanan

O tempo que vos resta

"Que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco e depois se desvanece" (Tg. 4:14)
Aquela manhã de primeiro de Junho tingiu-se de tragédia e dor, quando um jovem que seguia de motocicleta para o trabalho foi atropelado por um automóvel que, segundo parece, não respeitou o sinal de "Pare". Poucos momentos depois, o barulho de uma ambulância rasgou o silêncio matinal e logo médicos e enfermeiras se empenhavam desesperadamente em salvar uma vida de 20 anos que se escapava. A tudo isso seguiram-se umas palavras de despedida dos angustiados pais, quando o ferido foi transportado para o hospital da cidade grande mais próxima. Todos os esforços foram em vão, e a triste notícia dada à família e amigos foi... a da morte!

Se na noite anterior, alguém tivesse perguntado ao jovem quanto tempo ele teria para o restante de sua vida, certamente ele teria respondido que não sabia.

E você, querido leitor, poderia dar-me uma resposta se eu perguntasse o quanto de vida lhe resta? Ou outra pergunta mais séria: Para onde você irá no fim de sua vida? Felizmente eu posso dizer que este jovem que morreu foi "estar com Cristo, porque isso é ainda muito melhor" (Fp. 1:23). Sim, meu querido leitor, ele conhecia o Senhor Jesus Cristo como seu Salvador. E você, conhece o Senhor Jesus?

Gostaria que lesse tudo com atenção pois desejo lhe explicar como poderá ter a certeza de onde irá passar a eternidade. Sim, querido leitor, por meio da Palavra de Deus podemos conhecer o destino de nossa alma imortal.

Lemos na Santa Palavra de Deus que "Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo. 3:16).

Talvez você diga a si próprio: "Bem, não sou tão mau assim; nunca cometi nenhuma atrocidade, portanto, tudo irá correr bem quando eu morrer; não preciso estar com medo... pelo menos, assim espero". Mas repare no que diz a Palavra de Deus: "Não há diferença; porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm. 3:22-23).

Esta afirmação nos inclui a todos: a você, a mim, bem como ao jovem que morreu no acidente. Alguma vez você confessou, na presença de Deus, que é um pecador? Você sabe que Ele o ama e providenciou um meio pelo qual todos os seus pecados podem ser retirados para sempre? Isso acontece porque "o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado" (1 Jo. 1:7).

Eu conhecia muito bem o jovem que morreu no acidente, pois era meu próprio filho. Embora o amasse muito, não pude fazer nada para salvar a sua vida. Ao sair de casa naquela bela manhã de primavera, ele disse adeus e se foi, sem que nada nos fizesse prever que ele morreria logo depois. Nunca poderia imaginar os tristes acontecimentos que aquele dia me reservava. Mas conheço outro Pai que amava Seu Filho com um amor muito mais profundo do que você ou eu poderemos imaginar. Contudo, Ele O enviou a este mundo para morrer por amor de nós, pecadores: "O Pai enviou o Seu Filho, para Salvador do mundo" (1 Jo. 4:14). Que amor tão maravilhoso! Você não crê n'Ele?

O jovem a respeito do qual escrevo não deu sua vida de vontade própria. Não, enquanto permanecíamos ao seu lado naquele pronto-socorro, podíamos sentir os seus esforços para se manter vivo, enquanto sua preciosa vida se esvaía. mas o bendito Senhor Jesus, o eterno Filho do Deus vivo, deu Sua vida por você e por mim. "Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores" (1 Tm. 1:15).

Permita-me, agora, dirigir-me a você com toda sinceridade. Se o seu pai estivesse escrevendo estas linhas a seu respeito, o que ele iria dizer? Será que ele poderia dizer com certeza, a respeito de você: "Ele está com Cristo, o que é muito melhor"? Ou ele teria que dizer: "Não sei..."?

Você não gostaria de ter esta questão resolvida de uma vez para sempre? Você não gostaria de ser salvo? Você pode ser salvo. Tudo o que precisava ser feito para sua salvação já foi feito por outra Pessoa. "Por este se vos anuncia a remissão dos pecados... por ele é justificado todo aquele que crê" (At. 13:38,39).

Deus providenciou um meio de salvação claro e simples. Lemos na Bíblia que "Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo" (Rm. 10:9).

O título deste artigo foi tirado de 1 Pedro 4:2: "Para que, no tempo que vos resta na carne, não vivais mais segundo as concupiscências dos homens, mas segundo a vontade de Deus". Se você já aceitou o Senhor Jesus como seu salvador pessoal, gostaria de o encorajar a ler sua Bíblia diariamente, e a ser fiel Àquele que morreu para redimi-lo, vivendo "o tempo que vos resta" para fazer a vontade de Deus.

Echoes of Grace - Junho 85

Medo de perder a salvacao

É um sentimento muito comum, aos recém-convertidos ao Senhor, o medo de perderem a sua salvação, por notarem que o pecado continua a operar em sua carne. Como quem escreve estas linhas viveu também tal experiência e, pela graça de Deus, a superou, desejo ajudar os que sentem tal amargura que é o medo de se perderem novamente.

Não é possível que isto aconteça, pois Cristo "com uma só oblação aperfeiçoou PARA SEMPRE os que são santificados" (Hb. 10:14). O medo de se perder a salvação ocorre quando o coração não está firme no fato de que a salvação não depende da nossa conduta, seja antes ou depois da conversão, mas unicamente da perfeição e eficácia da obra de Cristo na cruz. "Temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez. Portanto, pode também salvar PERFEITAMENTE os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles" (Hb. 10:10; 7:25).

Por conseguinte, queridos remidos pelo precioso sangue de Cristo, não tenham medo, pois "se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que nem a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu..." (Rm. 8:31-34).

Quando um certo pregador voltou a visitar uma localidade onde havia estado um ano antes, aproximou-se dele uma recém-convertida, com lágrimas nos olhos, dizendo-lhe:

--É horrível o que está acontecendo comigo! Já não sinto a felicidade de ser salva..."

--Você está decepcionada consigo mesma?-- perguntou o visitante.

--Sim-- foi a resposta --Sinto uma grande tristeza dentro de mim.

--Vamos examinar, então, qual é a causa de sua tristeza-- disse ele, e continuou --Você acredita que, quando aceitou o Senhor Jesus como seu Salvador no ano passado, Ele sabia que você iria estar sentindo isto agora, assim como Ele sabe de tudo o que vai acontecer ao longo de sua vida?

--Certamente que sim-- foi a resposta.

--Você já sabe que Ele não a desprezou quando foi a Ele, como promete na Sua Palavra: "Aquele que vem a mim, de maneira nenhuma o lançarei fora" (João 6:37). Agora você se sente decepcionada consigo mesmo, mas deve perceber que o Senhor, quando a aceitou, já sabia que isto ia acontecer, e a aceitou assim mesmo. Você não acha, então, que o seu temor reflete uma certa desconfiança do que o Senhor Jesus Cristo fez na cruz do Calvário, por você e por cada um que n'Ele crê?

O rosto da jovem, antes choroso e triste, iluminou-se com alegria e gozo, pois estas reflexões devolveram a paz e o sossego à sua alma.

No coração de cada filho de Deus deve reinar o gozo e a paz por reconhecer que o amado Senhor Jesus não morreu na cruz somente por um número limitado dos nossos pecados, mas por TODOS eles. Deus conhece de antemão a nossa vida e natureza, e não limita o Seu amor à nossa fidelidade. Lemos esta verdade no Salmo 103, que diz: "Ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó" (v. 14).

Lemos, pois, que o Senhor Jesus levou "em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro". Sim, querido leitor, "Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus" (1 Pd. 2:24; 3:18). Aos que confiam n'Ele como seu Salvador, Cristo salva-os eternamente!

Autor desconhecido

Oferta e dizimo

Se tivéssemos sido israelitas, vivendo na Palestina antes de Cristo haver morrido e ressuscitado dos mortos, seríamos obrigados a dar dízimos (ou a décima parte) de todos os nossos rendimentos, dos produtos de nossas plantações e do aumento de nosso rebanho, segundo a lei de Moisés que dizia: "Certamente darás os dízimos de toda a novidade da tua semente que cada ano se recolher do campo" (Dt. 14:22). "Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das árvores, são do Senhor: santas são ao Senhor... Tocante a todas as dízimas de vacas e ovelhas, de tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao Senhor" (Lv. 27:30,32).

Enquanto Cristo, o Messias de Israel, "nascido de mulher, nascido sob a lei" (Gl. 4:4), esteve no mundo, guardou a lei até à perfeição. Ele exaltou a lei e engrandeceu-a, pois "Foi do agrado do Senhor, por amor da sua própria justiça, engrandecer a lei, e fazê-la gloriosa" (Is. 42:21 Versão Rev. e Atualizada). Ele podia dizer: "Agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro em meu coração está a tua lei" (Sl. 40:8). Da mesma maneira, Cristo insistiu que a lei fosse obedecida pelos judeus: "Na cadeira de Mosés estão assentados os escribas e fariseus. Observai, pois, e praticai tudo o que vos disserem; mas não procedais em conformidade com as suas obras" (Mt. 23:2,3). "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas" (Mt. 23:23).

Houve, porém, uma mudança radical quando Cristo subiu ao céu e, dez dias depois, no dia de Pentecostes, enviou o Espírito Santo. Este congregou os crentes em Cristo num só corpo, a Igreja de Deus. Até àquela altura, havia apenas duas classes de pessoas no mundo: os gentios e os israelitas; porém com a formação da Igreja, passaram a existir três: "Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à Igreja de Deus" (1 Co. 10:32).

A vocação do cristão é celestial, enquanto a do israelita era terrena (compare Hb. 3:1 e Gn. 28:13). A bênção do cristão é espiritual; a do israelita era material (compare Ef. 1:3 com Dt. 28:3-5). Ao cristão, em peregrinação por este mundo que "está no maligno" (1 Jo. 5:19), o Senhor prometeu apenas três coisas: 1. Sustento; 2. Com que nos cobrirmos e, 3. Perseguições (1 Tm. 6:8; 2 Tm. 3:12). Porém, ao israelita fiel Deus prometeu saúde, prosperidade e segurança contra seus inimigos (Dt. 7:12-15).

Da mesma forma, a oferta cristã também está totalmente em contraste com o dízimo israelita. O que foi ordenado aos israelitas, ou seja, dar o dízimo, não é mencionado, nem uma única vez, no ensino dirigido aos cristãos, seja no livro de Atos ou nas 21 epístolas, que são, 14 de Paulo, 2 de Pedro, 3 de João, 1 de Tiago e 1 de Judas (apenas em Hebreus 7 é citado o dízimo, porém em conexão com Abraão e também com o sacerdócio levita). Ao contrário do judeu, que era obrigado a dar o dízimo, o cristão é motivado a dar sua oferta pelo "amor de Cristo que nos constrange" (2 Co. 5:14). "Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis" (2 Co. 8:9). O crente oferece ao Senhor "o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade" (1 Co. 16:2). Deus Se agrada da prontidão de vontade, pois "se há prontidão de vontade, será aceita segundo o que qualquer tem, e não segundo o que não tem" (2 Co. 8:12). Antigamente o israelita fiel tinha sempre como oferecer o seu dízimo a Jeová, pois Jeová o abençoava materialmente. Há, porém, milhares de cristãos fiéis que carecem de recursos materiais, entre eles pais de família com esposa ou filhos enfermos. Estes, que muitas vezes não tem como oferecer ao Senhor nem ao menos um por cento dos seus minguados salários, como iriam oferecer dez por cento? "Será aceita segundo o que qualquer tem, e não segundo o que não tem" (2 Co. 8:12). Será que o Senhor, que é riquíssimo, iria requerer de um pai de família uma quantia que o levasse a desobedecer a exortação "a ninguém devais coisa alguma" (Rm. 13:8)? É um pecado o que fazem alguns dos, assim chamados, líderes ou pastores, que exigem rigorosamente o dízimo de desafortunados cristãos que se encontram sob o seu mando.

Cada cristão é mordomo de tudo quanto o Senhor lhe tem dado. Se o cristão possui bens neste mundo, a questão não é de quanto ele deve dar, mas antes, de quanto se atreve a guardar para si. Há crentes ricos (são poucos) que oferecem ao Senhor até 90 por cento dos seus rendimentos. "Cada um contribua segundo propôs no seu coração" (2 Co. 9:7). Os capítulos 8 e 9 de 2 Coríntios tratam, em sua totalidade, do sacrifício ou oferta dos cristãos, e todo o assunto termina por esta frase bastante significativa: "Graças a Deus, pois, pelo seu dom inefável" (2 Co. 9:15).

O Senhor Jesus disse o seguinte acerca da viúva que "deitou duas pequenas moedas" na arca: "Em verdade vos digo que esta pobre viúva deitou mais do que todos os que deitaram na arca do tesouro; porque todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento" (Mc. 12:41-44). O Senhor avalia o motivo do coração, e não toma em conta a importância material da oferta.

Para que o leitor possa meditar mais sobre o assunto, deixamos as passagens do Novo Testamento que dizem respeito à oferta cristã, individual ou coletiva: At. 11:27-30; Rm. 12:8,13; 1 Co. 16:1-3; 2 Co. 8 e 9; Gl. 6:6; Fp. 4:10-19; 1 Tm. 6:17-19; Hb. 13:15,16; Tg. 2:15,16; 1 Pe. 4:9,10; 1 Jo. 3:16-18.

J.H.S.

A vitoria de Jose

Gênesis 39

Quando José era jovem, conseguiu uma vitória que mudou toda a sua vida. Ele havia sido vendido como escravo para o Egito, mas o Senhor estava com ele e o fazia prosperar. Quando José foi feito mordomo-mor sobre tudo o que possuia Potifar, capitão da guarda de Faraó, Deus o abençoava e ajudava em tudo o que José fazia. Então José teve que tomar uma decisão que iria mudar sua vida.

A Batalha

A esposa de Potifar pedia a José que este se deitasse com ela, incitando-o a cometer fornicação. Mas José se recusava, dizendo: "Como pois faria eu este tamanho mal, e pecaria contra Deus?" A esposa de Potifar continuou a tentá-lo, procurando fazê-lo pecar, até o dia em que agarrou a José por suas roupas na tentativa de forçá-lo. Ele, porém, deixou sua roupa, fugindo da casa.

A Estratégia

José fez três coisas distintas para ganhar a batalha contra a tentação de pecar. Primeiro, ele confessou que era responsável a Potifar por seus atos. Se José tivesse pecado, teria desonrado Potifar. Em segundo lugar, José reconheceu que ceder à tentação seria um grande mal e pecado contra Deus. Os princípios de Deus acerca de justiça eram de grande importância para José, e ele não iria querer pecar contra Deus. Finalmente, José fugiu da tentação. Não tentou enfrentá-la, nem lutar contra ela ou vencê-la. Ele fugiu da tentação, e ao fazer isto admitiu que não tinha poder em si mesmo para resistir, e que confiava em Deus para defendê-lo.

A Vitória

A vitória de José sobre o pecado da fornicação não foi fácil de ser conquistada. Ele foi acusado falsamente e encarcerado por um crime que não cometeu. Mas aos olhos de Deus José havia conseguido uma grande vitória. Ele venceu porque não confiou em sua própria força, mas sim na força de Deus.

Assim como José, também temos uma decisão a tomar. O mundo ao nosso redor não está interessado em interromper suas concupiscências. A fornicação é aceita por muitos hoje em dia, mas os princípios de Deus não mudaram. Imoralidade ou fornicação continua a ser um grande mal e pecado contra Deus.

Comprados Por Bom Preço

Nós fomos comprados pelo bendito Filho de Deus, Jesus Cristo. José foi vendido ao Egito, mas nós fomos comprados, libertos da morte e do juízo. O preço que nosso Redentor pagou por nós nunca, jamais, será compreendido ou avaliado. Ele deu Sua vida para que tenhamos a vida eterna. Assim já não pertencemos a nós mesmos, mas fomos comprados com o sangue de Jesus.

Conserve-se Puro

Nosso desejo deve ser o de servir e honrar Àquele que morreu por nós. Ele nos deu o Espírito Santo para habitar em nós (1 Co. 6:19). Sendo assim, como devemos agir? Em Romanos somos instruídos a apresentar os nossos corpos como sacrifício vivo a Deus (Rm. 12:1). Nossas vidas, o que dizemos, o que fazemos, e até mesmo o que pensamos, deve ser para a honra de Deus. Conservemo-nos puros assim como Ele é puro (1 Tm. 5:22; 1 Jo. 3:3). Nossa vida deve ser de tal forma a sermos santificados, úteis para o Senhor e prontos para toda boa obra (2 Tm. 2:21). Um vaso contaminado não serve para uso do Senhor. Conserve-se puro.

Verdades Bíblicas

Sucesso!

"Resta, irmãos meus, que vos regozijeis no Senhor. Não me aborreço de escrever-vos as mesmas coisas, e é segurança para vós." Fp. 3:1
O apóstolo Paulo dá início ao terceiro capítulo de sua carta aos Filipenses lembrando-lhes de que o fato de estar escrevendo "as mesmas coisas", ou seja, aquilo que já lhes havia comunicado, não o aborrecia, pelo contrário, era para eles um fator de segurança.

Eu sou do Senhor

Que conforto podemos encontrar em tais palavras! O Senhor Jesus nos redimiu com Seu sangue precioso (1 Pd. 1:18,19), nos tem em grande estima e, nos tendo comprado para Si (1 Co. 7:23), irá, com toda certeza, nos guardar (1 Pd. 1:5). Ninguém nos arrebatará de Sua mão (Jo. 10:28). Nossa vida está segura muito além de todas as eventualidades, pois está "escondida com Cristo em Deus" (Cl. 3:3). "De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor"" (Rm. 14:8).

Mesmo sendo constantemente jogados de um lado para o outro, como o somos, pelas circunstâncias que estão sempre mudando, o simples fato de estarmos aptos a dizer "Eu sou do Senhor" pode manter nossa alma em uma paz duradoura. É o céu começando aqui nesta terra.

Venha o que vier -- a dor ou a fadiga, pobreza ou perseguição, algemas ou prisões, fogo ou dilúvio -- ainda assim as doces palavras, "Eu sou do Senhor", nos capacitarão a dizer: "Em nada tenho a minha vida por preciosa" (At. 20:24).

E que forças recebemos quando estas poucas palavras, "Eu sou do Senhor", tornam-se um pensamento permanente a percorrer perpetuamente as mais íntimas recâmaras de nosso coração! Elas irão nos afastar do mundo mau; irão nos manter calmos e pacientes em meio à inquietação e rivalidade deste mundo, mesmo enquanto estamos cercados por seus turbulentos distúrbios e revoluções; irão nos erguer muito acima de seus ôcos prazeres, e nos proteger de seus perigosos estratagemas. Então, não estaremos ansiosos por coisa alguma; ficaremos ocupados apenas em agradar a nosso Pai, pois quaisquer que sejam as tribulações que possam nos ameaçar ou assolar, podemos nos manter confiantes, fazendo conhecidas de Deus as nossas petições, e a Sua paz, conforme nos promete a Sua Palavra, "guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus" (Fp. 4:6,7).

A própria morte não é morte para o crente; é a entrada para a vida, desembaraçada de todas as coisas que nos oprimem neste mundo. Mas não somente a paz será nossa porção, como também estaremos permanentemente cheios de um esfuziante gozo, sabendo que "o que há de vir virá, e não tardará", e então estaremos para sempre com o Senhor . (1 Ts. 4:17).

E. J. Checkley

A Fonte

Em 1848 Londres foi atacada com uma devastadora epidemia de cólera. Ninguém sabia qual a causa da doença. O pânico se alastrou.

O Dr. John Snow, ao estudar as mortes de 89 pessoas em uma semana em uma certa área da cidade, descobriu que apenas duas delas não tinham bebido de uma certa fonte de um poço na Broad Street. Quando pediram sua sugestão em uma reunião de emergência dos líderes da cidade, Snow sugeriu: “Removam a alavanca da bomba da Broad Street”. Isto foi feito e a epidemia naquela área da cidade cessou.

Mas apenas remover a alavanca não resolveu a raiz do problema. Os esgotos continuavam a gotejar no poço, contaminando-o. O poço precisava ser protegido da contaminação para assegurar que se tornasse uma fonte de água segura no futuro.

A Bíblia ilustra o coração como uma fonte ou poço. Em Provérbios 4:23 nos diz “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.”

Devemos estar continuamente em guarda contra o sutil esgoto espiritual que vai gotejando e poluindo. Uma dor, uma ofensa, pode nos encher de amargura. Uma gota de intriga pode encerrar uma amizade. Um pecado repetido pode nos fazer mergulhar na depressão. Uma ocupação frenética com muitas coisas ou a falta de descanso pode endurecer o coração com uma apatia por Deus.

Todos conhecemos pessoas cuja vida espiritual foi colocada de lado e aleijada por deixarem de guardar com diligência os seus corações. Isto pode facilmente acontecer a cada um de nós. Então como devemos guardar nosso coração? Há vários princípios que são essenciais. Primeiro, devemos confessar o pecado tão logo o Espírito Santo nos convença de pecado. Não podemos permitir que ele continue a poluir nosso coração. Podemos receber a purificação imediata de Deus. (1 Jo 1:9)

Em segundo lugar, devemos nos recusar a guardar rancor. Jesus nos ensina que o perdão imediato e a reconciliação são imprescindíveis para Seus discípulos (Mt 5:23-24, Mc 11:25). Atrasar isto é convidar a amargura a entrar.

Terceiro, devemos ser rápidos em nos humilharmos a nós mesmos. A humilhação nunca machuca uma relação; o orgulho sim, sempre. O orgulho cria barricadas contra a voz de Deus.

Quarto, devemos nos desviar dos pensamentos impuros que nos batem à porta. Martinho Lutero disse certa vez, “Você não pode impedir um pássaro de voar sobre sua cabeça, mas pode impedi-lo de fazer um ninho em seus cabelos”. Podemos não ser capazes de evitar os maus pensamentos, mas deixamos de ter desculpas se os acalentamos. Devemos provar nossos pensamentos pela Palavra de Deus. Se deixarmos que as sementes de incredulidade, luxúria e pecado germinem, iremos colher uma fé debilitada.

Finalmente, devemos ter comunhão com o povo de Deus para manter nosso poço limpo. Podemos encontrar um efeito renovador e purificador na fé motivadora e encorajadora de outros Cristãos (Hb 10:24-25).
Cristo está no seu coração? Você O está forçando a conviver com a imundície? Se deixarmos, Ele irá purificar nosso coração. Se O amarmos, iremos guardar nosso coração com toda a diligência contra tudo o que impeça que ele esteja adequado ao Senhor.

Autor desconhecido

Seus eleitos

Os "eleitos" podem não necessariamente se referir a cristãos. Se alguém falar de eleitos em nossos dias, aí sim, mas acaso Deus não tinha "eleitos" celestiais antes de existirem cristãos? E depois que os cristãos forem levados para o céu, porventura não existirão eleitos sobre a terra? Estaria Deus impedido de mostrar misericórdia na terra porque Sua graça soberana já teria dado a nós e aos santos do Antigo Testamento nossos respectivos lugares no céu?

Havia gentios eleitos nos dias dos patriarcas e depois também. Tome Jó e seus amigos: acaso não eram eles eleitos? Melquisedeque, Jetro e outros; não eram eles eleitos? Será preciso enumerar os eleitos de Israel no passado? Encontramos gentios eleitos tanto quanto judeus e cristãos. Quando lemos do cristianismo, então os eleitos devem ser identificados como tais; quando lemos sobre os judeus, então a frase se aplica à eleição dos judeus e o mesmo com respeito às nações. Devemos ser governados pelo contexto.

Já que o Senhor está aqui (Mateus 24) falando sobre Israel, o sentido não deve ser ambíguo. Quando temos "seus eleitos" mencionados, Ele quer dizer os eleitos daqueles que estão sendo descritos, ou seja, Israel. Não se trata de introduzir regras arbitrárias. Trata-se, na verdade, de um princípio de muito claro e necessário na exposição de um assunto.

O Senhor em todo o contexto está falando de Israel e de suas esperanças. Consequentemente, "seus eleitos" deve ser interpretado em conformidade com o assunto em pauta. Esses eleitos serão reunidos "dos quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus", todavia não para serem levados ao céu, mas para permanecerem na terra (compare com Isaías 27, Isaías 65 e Romanos 11:5, 7, 28).

Alianças

Deus faz Suas alianças por conta própria, sem consultar o homem. Com Noé Deus fez uma aliança de que não voltaria a destruir o mundo com um dilúvio, e como garantia daquele concerto Ele colocou o arco-íris nas nuvens (Gn 9:8-17). Este tipo de aliança assume a forma de uma promessa incondicional. Assim foi a aliança que Deus fez com Abraão, primeiro para com sua posteridade biológica em Gn 15:4-6 e depois no sentido de seu descendente, Cristo (Gn 22:15-18). A Abraão Deus também deu a aliança da circuncisão (Gn 17:10-14; At 7:8), um selo da justiça da fé (Rm 4:11).

A aliança com os filhos de Israel no Monte Sinai, por outro lado, foi condicional: se eles fossem obedientes e guardassem a lei, seriam abençoados; mas se fossem desobedientes, eles seriam amaldiçoados. (Dt 27, 28).

Na Epístola aos Gálatas o apóstolo argumenta que "a promessa" feita por Deus, "o testamento (concerto) anteriormente confirmado por Deus em Cristo", não podia ser afetada pela lei que foi dada 430 anos depois (Gl 3:16,17). Tendo a promessa sido feita através de Cristo, o apóstolo podia acrescentar, a respeito dos crentes gentios, que "se sois de Cristo, então, sois descendência de Abraão e herdeiros conforme a promessa". (Gl 3:29).

A Nova Aliança

Esta é uma aliança incondicional que Deus declarou que iria fazer com as casas de Judá e Israel: colocaria Suas leis em suas mentes e as escreveria em seus corações; Ele seria seu Deus, e perdoaria sua maldade e nunca mais se lembraria de seus pecados (Jr 31:31-34). O fundamento disso foi lançado na cruz. Isso fica às vezes obscuro em algumas versões que não são traduzidas de forma uniforme. Às vezes aparece como 'testamento', outras como 'concerto' ou 'aliança'.

Por ocasião da instituição da ceia do Senhor o Senhor referiu-se ao Seu sangue como 'o sangue da nova aliança' (Mt 26:28; 1 Co 11:25); e 'Ele é o mediador da nova aliança' (Hb 9:15; Hb 12:24). Disso deduzimos que embora essa aliança com Israel ainda seja futura, é sobre o princípio que a rege, isto é, o princípio da graça soberana, que Deus está agindo hoje enquanto estabelece os termos sobre os quais trata o Seu povo, sendo o Senhor Jesus o Mediador, por intermédio de quem todas as bênçãos ficam asseguradas.

Veja Rm 5:1-10 e 2 Co 3 onde Paulo fala de si mesmo e daqueles com ele como 'ministros de um Novo Testamento", não da letra que mata, mas do Espírito que vivifica (2 Co 3:6).

Jesus nao poderia pecar

Heb 2:18 Porque, naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados.

O Senhor Jesus foi tentado de fora para dentro, mas nunca de dentro para fora. A tentação no deserto mostra ele sendo tentado de fora para dentro. Satanás apareceu a ele e tentou atraí-lo com um estímulo externo. Mas o Salvador jamais podia ser tentado a pecar por cobiças ou paixões internas, pois não havia pecado nele e não havia nada para responder ao pecado. Ele sofreu ao ser tentado. Enquanto nós sofremos para resistir a tentação, ele sofreu por ser tentado.

Heb 4:15 Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.

Ninguém pode verdadeiramente sentir o que o outro está sentindo a menos que passe por uma experiência semelhante. Como Homem nosso Senhor compartilhou de nossas experiências e pode assim entender as provas que passamos. (Ele não pode sentir o que sentimos quando praticamos o mal porque nunca passou por isso).

Ele foi tentado em todos os aspectos em que somos tentados, porém sem pecado. As escrituras mantém a perfeição impecável do Senhor Jesus com muito cuidado, e nós deveríamos fazer o mesmo. Ele "não conheceu pecado" 2 Co 5:21, "não cometeu pecado" 2 Pe 2:20, "e nele não há pecado" 1 Jo 3:5.

Era impossível para Ele pecar, seja como Deus, seja como Homem. Como perfeito Homem Ele não podia fazer coisa alguma de Sua própria vontade; Ele era totalmente obediente ao Pai (João 5:19), e certamente o Pai jamais O levaria a pecar.

Argumentar que Sua tentação não teve efeito se Ele não podia pecar é um engano. Um dos objetivos da tentação foi demonstrar cabalmente que Ele não poderia pecar.

Se você passar o ouro por um teste, o teste não é menos válido se o ouro for puro. Se existir impurezas o teste irá revelar. Do mesmo modo é um erro argumentar que se Ele não pudesse pecar então não seria perfeitamente humano. O pecado não é um elemento essencial à humanidade; ao contrário, trata-se de um intruso. Nossa humanidade foi deturpada pelo pecado; a humanidade dEle é perfeita.

Se Jesu pudesse ter pecado como Homem neste mundo, o que O impediria de pecar como Homem no céu? Ele não deixou sua humanidade para trás quando ascendeu à destra do Pai. Ele foi impecável na terra e é impecável no céu.

William MacDonald ("Believer's Bible Commentary")

Salvos para sempre

Deus prometeu que se crermos no Seu Filho, somos salvos da ira vindoura. Quão trágico é vermos crentes que temem perder sua salvação. Eles não compreendem uma das maiores promessas de Deus: nossa salvação é para sempre.

Somos Nascidos de Deus

"Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus." (I Jo. 5:1). O novo nascimento é uma obra inteiramente de Deus. Nós estávamos "mortos em ofensas e pecados" (Ef. 2:1). Não havia nada que pudéssemos fazer para ajudar a nós mesmos. Nosso novo nascimento não foi "da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus" (Jo. 1:13). Tudo aconteceu pela vontade de Deus, não pela nossa própria vontade! Foi-nos dado vida pelo poder do Espírito Santo de Deus, e por meio da Palavra de Deus. "O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito." (Jo. 3:6,8). "Sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva, e que permanece para sempre." (I Ped. 1:23).

Até mesmo a fé para crermos em Deus foi-nos primeiramente dada por Ele. "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus." (veja Ef. 2:8,9). Jamais teríamos a pretensão de reivindicar algum crédito por termos nascido em nossa família natural. Tampouco podemos ter a pretensão de termos tido parte em nosso nascimento na família de Deus. Somos nascidos de Deus!

Temos Vida Eterna

"Para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." (Jo. 3:15). Vida eterna não é apenas uma vida que não tem fim. É a vida de Deus que não tem começo nem fim. Quando nos tornamos participantes desta vida eterna, somos introduzidos em um parentesco eterno. "E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão." (Jo. 10:28). Se fosse possível perder esta vida eterna, ela deixaria de ser eterna. Nenhum daqueles que estiverem no inferno poderão olhar para traz e dizer: "Um dia eu tive vida eterna!"

Estamos Livres do Inferno

"E esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura." (I Tess. 1:10). Só existe um inferno. Se somos libertos dele, é de uma vez por todas. Uma pessoa que não se encontra livre do inferno, não foi libertada de coisa alguma! Como seria ridículo alguém ser lançado no inferno e dizer: "Um dia eu estive a salvo de vir para este lugar." Este tipo de pensamento é por demais absurdo para perdermos mais tempo com ele.

As Escrituras permitem que todos os crentes tenham a certeza de que estão salvos. Em primeira Coríntios 15:2 lemos: "sois salvos". (No versículo 2, onde diz "se não é que crestes em vão" significa ao menos que aquilo ou aquele em que você creu é falso). O que cremos não é falso. É tudo verdade! Já estamos salvos! "O qual nos livrou de tão grande morte, e livrará." (II Cor. 1:10).

Fomos Escolhidos

"Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade." (Ef. 1:4,5). Deus nos escolheu e deu-nos o Seu Filho a fim de nos redimir. Iria Ele voltar atrás na escolha que fez antes mesmo que o mundo existisse? Nunca! Ele nos "abençoou com todas as bênçãos", sendo que antes "nos elegeu" e "nos predestinou". Agora somos "agradáveis no Amado", havendo sido redimidos e perdoados (Ef. 1:3-7). Nada disto pode ser desfeito.

Recebemos a Natureza Divina

"Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina." (II Ped. 1:4). Esta divina natureza é uma NOVA NATUREZA, a qual não é nada menos do que a natureza do próprio Deus. É a mesma natureza que tem o Senhor Jesus Cristo.

Jesus não podia pecar porque Ele tinha somente esta natureza divina. "Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado; ...e não pode pecar, porque é nascido de Deus." (I Jo. 3:9). Nossa nova e divina natureza não pode pecar. Evidentemente, sabemos que ainda temos uma velha natureza que é inclinada a pecar. Sempre que esta velha natureza age, ela peca! (Jesus nunca possuiu esta velha natureza.) A nova natureza não pode pecar porque é divina. A velha natureza não pode agradar a Deus porque é pecaminosa.

Fomos Selados

"Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa." (Ef. 1:13). O Espírito Santo selou o crente, garantindo assim a sua viagem rumo ao Céu. O Espírito Santo nunca abandonará o crente.

Somos Guardados

"Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, para que sejam um, como nós." (Jo. 17:11). Será que Deus Pai não é CAPAZ de guardar todo aquele que vem a Cristo? O Senhor Jesus os deixou sob os cuidados do Pai para que fossem guardados. Se algum se perdesse, Deus seria culpado de tê-lo perdido. Tal coisa nunca poderá acontecer! Jacó teve que confessar que não tinha sido capaz de guardar adequadamente as ovelhas de Labão (Gên. 31:39). Ele perdeu algumas delas. Mas Deus Pai é infinitamente mais forte do que Jacó. Somos "guardados na virtude de Deus para a salvação, já prestes para se revelar no último tempo." (I Ped. 1:5).

Temos Um Advogado

"Se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai; Jesus Cristo, o justo." (I Jo. 2:1). O pecado não separa o crente de Cristo. Ele é nosso Advogado e está sempre presente para nos trazer arrependimento do pecado que permitimos que nossa velha natureza trouxesse à nossa vida. Quando nos arrependemos, somos restaurados à alegre comunhão com Ele. Quando permitimos que o pecado entre em nossas vidas, perdemos o gozo da comunhão, mas nunca perdemos nosso parentesco como filhos na família de Deus. Os filhos desobedientes de Deus são tratados como parte da família ao serem disciplinados. "Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija?" (Heb. 12:7). Os incrédulos não têm Cristo como seu Advogado. Tampouco têm eles a Deus com Pai.

Somos Membros do Corpo

"Porque somos membros do seu corpo." (Ef. 5:30). Cada crente é membro do corpo de Cristo. Iria o Senhor Jesus perder uma parte do Seu corpo? Poderia o Seu precioso corpo ser desmembrado? "Nunca ninguém aborreceu a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja." (Ef. 5:29). É impossível que um verdadeiro crente perca o seu lugar como parte do corpo de Cristo. Perder nosso lugar no corpo de Cristo seria perder a vida eterna. E sabemos que isto é impossível.

Estamos Em Cristo

"E nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus." (Ef. 2:6). Nossa posição diante de Deus é de quem está "em Cristo". Onde está Cristo agora? Ele está no Céu. Por estarmos n'Ele, estamos lá também! Se não fosse assim, o que mais poderiam significar estes versículos? "Nisto é perfeito o amor para conosco, para que no dia do juízo tenhamos confiança; porque qual ele é, somos nós também neste mundo." (I Jo. 4:17).

Ron Reeves

Seguir a Cristo

Se você decidiu seguir a Cristo, terá que levar em conta o quanto isto lhe custará. Talvez você tenha que deixar amigos por amor a Ele; pode ser que tenha que deixar tudo, mas a questão é: Devo deixar tudo ou deixar a Deus? "Você não poderá ter dois corações, um para o mundo e outro para Mim", é o que Cristo poderia lhe dizer. Tremo quando vejo pessoas que não têm levado em conta o quanto custa seguir a Cristo. Muitas vezes o próprio Deus lhes coloca uma barreira logo no princípio para ver se são capazes de saltá-la, e daí para frente tudo irá bem.

"Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas." (I Ped. 2:21).

Cristo "manifestou o firme propósito de ir à Jerusalém" (Lc. 9:51), pois conhecia a vontade do Pai e estava decidido a cumprí-la. Voltou o Seu rosto para a direção que era segundo a vontade do Pai, não olhando nem de um lado, nem de outro, mas Se dirigiu resoluto à Jerusalém. O mesmo deve acontecer conosco em meio às circunstâncias que passamos; se os nossos "olhos forem bons" (Mt. 6:22), seguiremos o mesmo exemplo de conduta, indo resolutos até à cruz da provação.

Com firmeza, com um só propósito; e na medida em que cumprirmos isto, aqueles que não quiserem fixar o rosto para a mesma direção irão se opor a nós. Mas o Senhor disse: "Se alguém me serve, siga-me!" (Jo. 12:26). O verdadeiro serviço não consiste em fazer muito, mas sim em seguir o Mestre, e isto não agrada aos cristãos mundanos e de coração dividido. Sem dúvida há muito que fazer no mundo, porém a ordem é: "Se alguém me serve, siga-me!"

"Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me." (Lc. 9:23). Cada dia. Eis aqui a prova. Uma pessoa pode fazer isto heroicamente uma vez. Muita gente o honrará por tal motivo e até, quem sabe, escreverão livros contando de sua façanha. Porém é extremamente difícil andar cada dia negando-se a si mesmo, e fazendo isto sem que outros fiquem sabendo.

As pessoas não gostam de fazer as coisas que Jesus fez quando estava aqui. Por que há tanta discussão acerca do versículo em Mateus 5:39, "não resistais ao mal"? Por que nos agrada resistir ao mal quando alguém nos ataca? Sem dúvida concordamos de que se trata de uma exortação bíblica, porém temos que confessar que não nos agrada cumpri-la e, sempre que podemos, procuramos nos desviar dela.

Custe o que custar ao seu próprio "eu", procure amar como Cristo amou. "Amai a vossos inimigos..." (Mt. 5:44), é um preceito que pode nos custar muito. A Cristo custou a própria vida cumprí-lo. Seu amor foi um rio que, quando encontrava obstáculos pelo caminho, os repelia ou os deixava para trás, até chegar à cruz.

"Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz." (Mt. 6:22). Se assim ocorre com VOCÊ, pode estar seguro de que haverá luz no seu caminho. Luz não para dez anos, mas sim para o passo que está diante de você, e para o próximo, sucessivamente.

Pai, neste grande e vil deserto,
Que é o mundo tentador;
Guia-me, pois, no rumo certo,
Me guardando em Teu amor,
Enquanto sigo, bem de perto,
Os passos de Cristo, fiel Senhor!

Politica

Quando a campanha política começa a se aquecer e o mundo é envolvido com clamores contra ou a favor deste ou daquele candidato, os cristãos que são conscientes de sua chamada celestial podem continuar serenos, sabendo que os homens estão tão somente executando o que Deus já predeterminou por Sua mão e por Seus desígnios.

Apesar de Satanás ser o príncipe deste mundo e estar cegando as mentes daqueles que não crêem em Cristo, Deus continua acima de todas as coisas e Se move por detrás dos cenários para executar Seus conselhos e propósitos. Talvez não seja o que os homens pensem ser o melhor, mas devemos nos lembrar que este mundo, na forma em que se encontra, não está caminhando para um futuro brilhante e sim para uma tribulação tal como nunca se viu antes. Este mundo é culpado de haver expulsado o Filho de Deus, e ainda não se arrependeu do que fez; o justo juízo de Deus paira sobre este mundo, pronto para ser derramado assim que os verdadeiros cristãos forem tirados daqui.

É um erro os verdadeiros cristãos pensarem que, por meio da política, poderão aprimorar este mundo arruinado. Quando o próprio Senhor esteve aqui, Ele não tentou melhorar o sistema do mundo; Ele se recusou a julgar uma causa entre dois irmãos (Lc. 12:14), a remover o iníquo Herodes ou a impedir o perverso Pilatos. Ele deixou este mundo assim como o encontrou, exceto pelo fato de que quando saiu daqui, o mundo havia se tornado culpado por rejeitá-Lo. Será que nos achamos capazes de fazer o que o Senhor não fez? Acaso Deus terá mudado Seus pensamentos com respeito a este mundo? Ele enviou o Seu Filho para testificar dEle, e foi para isto também que o Filho nos enviou a este mundo.

Assim sendo, o cristão que desejasse ajudar na escolha, ou a exercer domínio sobre o poder político estaria agindo de uma maneira completamente diferente do Senhor. Cristo é o Herdeiro deste mundo e somos co-herdeiros com Ele; poderíamos nós, co-herdeiros, desejar um lugar ou posição aqui, antes mesmo do próprio Herdeiro? Não passamos de seguidores daquEle que foi rejeitado, esperando o momento quando Ele nos levará para o Lar. Nossa posição é bem parecida à dos Israelitas que, protegidos pelo sangue do cordeiro no Egito, enquanto este se encontrava sob a divina sentença, esperavam pela ordem de partir. Seria um absurdo os Israelitas se envolverem com a política do Egito, ou buscarem melhorias para aquela terra condenada!

O cristão é exortado a respeitar a todos aqueles que se encontram revestidos de autoridade, e tratá-los como tendo sido estabelecidos pelo próprio Deus, mas ao mesmo tempo devem viver como estrangeiros e peregrinos. O lar do cristão não é aqui; ele está apenas de passagem. Ele se encontra aqui para representar Aquele que está no céu -- para manifestar Cristo e Suas obras, que foram sempre tão plenas de graça e verdade.

Um certo escritor traduziu Filipenses 3:20 da seguinte maneira: "Nossa política está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo." Quão grande conforto isto nos traz! E que encorajamento! Este sentimento deveria nos libertar de toda a participação, e até mesmo de qualquer ansiedade em qualquer agitação política seja ela onde e quando for. Logo iremos ouvir aquele chamado para partirmos e nos encontrarmos com nosso Senhor nos ares. Que possamos ser achados buscando em Cristo tudo aquilo que precisamos, o Cordeiro que foi morto e que levou todo o juízo em nosso lugar, e por cujo sangue precioso estamos protegidos, enquanto nos encontramos prontos (com sandálias nos pés e cajado na mão), para partir (leia Êxodo 12:8-12).

Se estamos, portanto, aguardando nosso Senhor e Salvador para qualquer momento, podemos agora mesmo deixar que este mundo se ocupe com suas próprias disputas em busca de posição e poder. Para o mundo tudo isso irá durar muito pouco. Por outro lado, quando Cristo vier mais tarde conosco para estabelecer o Seu reino em poder e grande glória, sabemos que irá durar por mil anos.

Paul Wilson

Nosso Senhor Jesus Cristo

A Pessoa do Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, está além da compreensão da mente humana. Ele mesmo disse: "Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar" (Mt. 11:27). O Filho revelou o Pai, mas NINGUÉM compreende o Filho. A Sua Pessoa é um mistério divino. "O Seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade, Príncipe da paz." Isaías 9:6

Como nascido em Belém Ele era filho de Davi, mas era ao mesmo tempo Senhor de Davi na glória da Sua Pessoa (Mt. 22:41-46).

Embora sendo em forma de Deus, assumiu o lugar de um servo (Fp. 2:6-7) -- quão imensa graça! Assumiu uma vida capaz de morrer, porém não sujeita à morte (Hb. 2:9). Ninguém tirou a Sua vida (Jo. 10:18). Ele tinha o poder de dar vida (Jo. 10:28). Em Sua bendita humanidade Ele foi ao mesmo tempo "sobre todos, Deus bendito eternamente: Amém" (Rom. 9:5). "Porque nEle habita CORPORALMENTE toda a plenitude da divindade" (Col. 2:9).

O Pai se refere a Ele como sendo Deus: "Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos" (Hb. 1:8).

A Divindade

Toda a atividade da Divindade é sempre na forma Trinitária. A primeira vez que o nome de Deus é mencionado na Bíblia, a palavra hebraica utilizada é Deus no plural. Na língua hebraica existe singular, dual e plural. A palavra hebraica na forma plural utilizada para Deus é Elohim. Esta é a palavra que aparece em Gênesis 1:1. A palavra hebraica para Deus na forma dual é Elohaim. Nunca é utilizada nas Escrituras. A palavra hebraica para Deus no singular é Eloah. A primeira vez que aparece é em Deuteronômio 32:15-17 onde Deus é apresentado em contraste com os ídolos.

Nas Escrituras a ordem é sempre: Deus Pai em Seu propósito; o Filho, Aquele que executa os propósitos de Deus Pai, e o Espírito Santo, em cujo poder os propósitos são cumpridos. Esta verdade aparece por toda a Palavra de Deus.

Criação

Foi propósito de Deus Pai que a criação fosse a esfera onde pudesse expor todos os Seus conselhos (Ef. 1:9,10). O Filho é Aquele por meio de Quem tudo é criado e mantido (Jo. 1:1-4; Col. 1:16; Hb. 1:1-3). O Espírito Santo é o poder na criação (Jó 26:13; Sl. 104:30).

Redenção

Deus Pai, em Seu amor, propôs abençoar ao homem (Jo. 3:16) "Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo" (II Co. 5:19). Cristo, na obediência do amor, cumpriu a obra de redenção (Hb. 10:7-10). Ele (Cristo) "pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus" (Hb. 9:14).

Ressurreição

Deus Pai ressuscitou a Cristo dentre os mortos (At. 3:15). Cristo, o Filho, ressuscitou dentre os mortos (Jo. 10:18). O Espírito Santo ressuscitou a Cristo dentre os mortos (Romanos 8:11; I Pd. 3:18).

Deus, o Filho

Como HOMEM, Ele pôde sentir fome, sede e temor, para Se compadecer de nós como Sumo Sacerdote. Como DEUS Ele podia deter o vento e as ondas. Ele podia ressuscitar os mortos. Ele podia abrir o entendimento de Seus discípulos. Ele podia (e fez isto) comunicar poder. Ele conhecia os pensamentos daqueles que O cercavam. Ele podia predizer, como o fez, a forma como iria morrer.

Ele é o ETERNO "EU SOU" (Jo. 8:58).

Negar a glória da completa Divindade do Senhor Jesus Cristo é rejeitar o ÚNICO Salvador. Aqueles que assim o fazem morrerão nos seus pecados (Jo. 8:24). As Escrituras dizem: "Nenhum deles de modo algum pode remir a seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele" (Sl. 49:7), mas o Senhor Jesus andou sobre este mundo como Deus perfeito E Homem perfeito. É a Sua Pessoa (Deus Filho) que dá valor à obra de expiação que Ele cumpriu quando levantado na cruz (Jo. 3:14). Assim vemos que para se ter o conhecimento da salvação conforme João 3:16, é necessário crer na Pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo.

"Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida; mas a ira de Deus sobre ele permanece." (Jo. 3:36).

H. E. Hayhoe (1880 – 1962)

A vinda de Cristo

O Senhor Jesus prometeu: "Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito: vou preparar-vos lugar. E se eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também." (Jo. 14:2,3). Ele também disse: "Certamente cedo venho." (Apoc. 22:20). A esperança própria ao Cristão é aguardar o Senhor para qualquer momento. Há muitas indicações que nos levam a concluir que a vinda do Senhor está prestes a acontecer; o Senhor Jesus poderá vir ainda hoje! (Hb. 10:37).

É da maior importância notarmos a diferença que existe nas Escrituras entre o arrebatamento e a vinda de Cristo. O arrebatamento não deveria ser confundido com a vinda de Cristo pois, embora o Senhor venha dos céus em ambas ocasiões, o arrebatamento e a vinda de Cristo são eventos completamente diferentes.

O arrebatamento ocorrerá quando o Senhor vier para os Seus santos (Jo. 14:2,3); na Sua vinda, Cristo virá com os Seus santos, os quais foram levados para a glória no arrebatamento (Judas 14; Zac. 14:5).

O arrebatamento pode acontecer a qualquer momento, enquanto que a vinda de Cristo não acontecerá até cerca de 7 anos depois do arrebatamento. No arrebatamento o Senhor virá secretamente, em um piscar de olhos (I Co. 15:52); na Sua vinda Ele virá publicamente e todo olho O verá (Ap. 1:7).

No arrebatamento Ele virá para livrar a igreja (I Tess. 1:10); na Sua vinda Ele virá para livrar Israel (Sl. 6:1-4).

No arrebatamento Ele virá encontrar a Sua igreja nos ares, pois trata-se do Seu povo celestial (I Tess. 4:15-18); na Sua vinda Ele voltará para a terra (o Monte das Oliveiras), para Israel, pois é o Seu povo terrenal (Zac. 14:4,5).

No arrebatamento, é o próprio Senhor Quem reunirá os Seus santos (I Tess. 4:15-18; II Tess. 2:1); na Sua vinda os ímpios serão tirados do mundo, pelos anjos, para julgamento e os que crêem (aqueles que se converteram por meio do evangelho do Reino, que será pregado durante a tribulação) serão deixados para desfrutar de bênçãos sobre a terra (Mt. 13:41-43; 25:41).

No arrebatamento Ele virá para livrar Seus santos (a igreja) da ira vindoura (I Tess. 1:10); na Sua vinda Ele virá para derramar a ira (Ap. 19:15).

No arrebatamento Ele virá como Noivo, para receber Sua noiva, a igreja (Mt. 25:6-10); na Sua vinda Ele virá como o Filho do Homem em juízo sobre os que O rejeitaram (Mt. 24:27,28).

No arrebatamento Ele virá como a "Estrela da Manhã" que aparece logo antes do dia raiar (Ap. 22:16); na Sua vinda Ele virá como o "Sol de Justiça", que é o próprio amanhecer (Mal. 4:2).

No arrebatamento Ele virá sem quaisquer sinais, pois o Cristão anda por fé e não por vista (II Co. 5:7); a Sua vinda, será acompanhada de sinais, pois os Judeus buscam sinais (Lc. 21:11,25-27; I Co. 1:22).

As Escrituras nunca dizem que, no arrebatamento, o Senhor virá "como ladrão, à noite." Na vinda do Senhor, isto sim, Ele virá como um ladrão à noite (I Tess. 5:2; II Pd. 3:10; Mt. 24:43; Ap. 16:15; 3:3).

Em um certo sentido, existem três vindas; Sua vinda para o que era Seu (quando veio ao mundo, Jo. 1:10,11: Hb 10:7), Sua vinda para os que são Seus (no arrebatamento, Jo. 14:2,3; I Tess. 4:15-18), e Sua vinda com os que são Seus (na vinda de Cristo, Jud. 14).

"Outline of Prophetic Events" - B. Anstey

A porteira

Há muitos anos, na Inglaterra, um fazendeiro estava trabalhando em seu campo quando viu um grupo de caçadores, montados a cavalo, se aproximando de sua fazenda. Havia um de seus campos de plantio que não poderia de maneira alguma ser pisoteado pelos cavalos, e ele ordenou a um de seus servos: "Feche a porteira daquele campo, e não a abra em hipótese alguma."

O menino correu para o local e fez conforme lhe foi ordenado, e mal havia acabado sua tarefa quando os cavaleiros se aproximaram e lhe ordenaram que a porteira fosse aberta. O menino se recusou a fazê-lo, mencionando as ordens que havia recebido, e deixou claro sua determinação em não desobedecê-las. Ameaças foram feitas e mesmo um suborno tentado, mas tudo em vão.

Depois de algum tempo um dos caçadores disse em tom de ordens, "Meu filho, você não me conhece. Eu sou o Duque de Wellington, e eu ordeno que abra essa porteira para que eu e meus amigos passemos." (Lembramos que o Duque de Wellington foi o general que venceu Napoleão na batalha de Waterloo). O menino tirou o seu boné e, em sinal de respeito, permaneceu descoberto diante do homem que toda a Inglaterra se comprazia em prestar honras. Então, com firmeza, respondeu: "Tenho certeza de que o Duque de Wellington não gostaria que eu desobedecesse ordens. Devo conservar esta porteira fechada e impedir quem quer que seja de passar por ela, exceto com a permissão de meu patrão."

Bastante impressionado, o experiente soldado tirou seu chapéu e, fazendo uma reverência, disse, "Respeito o menino ou o homem que não pode sucumbir à ameaças e subornos para cometer um erro." E, jogando para o garoto uma moeda de ouro como recompensa por sua lealdade, o velho Duque virou seu cavalo e galopou de volta pelo mesmo caminho que tinha vindo.

Jovem cristão, você foi chamado a guardar uma porteira, e a ordem do seu Senhor foi, "Sê fiel até à morte" (Ap. 2:10). Você já foi tentado a beber, fumar ou tomar drogas? Mantenha a porteira de sua boca bem fechada. Quando tentado a mentir, agir com falsidade, ou desobedecer, mantenha a porteira do seu coração bem fechada contra tal tentação. "Bem-aventurado o varão que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam" (Tiago 1:12).

Christian Treasury

Uma carta sobre louvar a homens

Carta escrita no século dezenove por John Nelson Darby (1800-1882) ao Editor de um de seus livros:

Meu caro amigo e irmão em Jesus Cristo,

Deu-me muita satisfação ver sua tradução de meu livro. Tive o grato prazer de lê-la, ou melhor dizendo, de ter alguém que a lesse para mim, naqueles momentos dos quais o Senhor nos diz, como disse aos apóstolos, "Vinde vós, aqui à parte, a um lugar deserto, e repousai um pouco" (Mc. 6:31). Mas não posso deixar de dizer-lhe, meu caro amigo, que o prazer que a aparência do seu trabalho me trouxe foi, em certa medida, abatido pela opinião demasiado favorável que você expressou a meu respeito no prefácio.

Antes que tivesse lido uma palavra sequer de sua tradução, presenteei a um mui querido e sincero amigo com um exemplar, e ele mencionou o que você escreveu em seu prefácio louvando minha piedade. O texto produziu em meu amigo o mesmo efeito que viria a produzir em mim, mais tarde, quando o pude ler. Espero, entretanto, que você não leve a mal o que vou dizer a respeito do assunto, o que é fruto de uma experiência razoavelmente longa.

O orgulho é o maior de todos os males que nos afligem, e de todos os nossos inimigos, não apenas é o mais difícil de morrer, como também o que tem a morte mais lenta; mesmo os filhos deste mundo são capazes de discernir isto. Madame De Stael disse, em seu leito de morte, Sabe qual é a última coisa que morre em uma pessoa? É o seu amor-próprio." Deus abomina o orgulho mais do que qualquer coisa, pois o orgulho dá ao homem o lugar que pertence a Deus que está acima de tudo. O orgulho interrompe a comunhão com Deus, e atrai Sua repreensão pois "Deus resiste aos soberbos" (I Pd. 5:5). Ele irá destruir o nome do soberbo, pois nos é dito que "a altivez do homem será humilhada, e a altivez dos varões se abaterá, e só o Senhor será exaltado naquele dia" (Is. 2:17).

Como você mesmo irá sentir, meu caro amigo, estou certo de que não há maior mal que uma pessoa possa fazer a outra do que louvá-la e alimentar seu orgulho. "O homem que lisonjeia a seu próximo, arma uma rede aos seus passos" (Pv. 29:5) e "a boca lisonjeira obra a ruína" (Pv. 26:28). Você pode estar certo, além do mais, que nossa vista é muito curta para sermos capazes de julgar o grau de piedade de nosso irmão; não somos capazes de julgar corretamente sem a balança do santuário, e ela está nas mãos daquEle que sonda o coração. Não julgue nada antes do tempo, até que o Senhor venha, e torne manifesto os conselhos do coração, e renda a cada um o devido louvor. Até então, não julguemos nossos irmãos, seja para bem seja para mal, senão com a moderação que convém, e lembremo-nos que o melhor e mais certo juízo é aquele que temos de nós mesmos quando consideramos aos outros melhores do que nós.

Se eu fosse lhe perguntar como sabe que eu sou "um dos mais avançados na carreira cristã, e um eminente servo de Deus", sem dúvida você iria ficar sem saber o que responder. Talvez você viesse a mencionar minhas obras publicadas; mas será que você não sabe, querido amigo e irmão -- você que pode pregar um sermão edificante tanto quanto eu -- que os olhos vêem mais do que os pés alcançam? E que, infelizmente, nem sempre somos o que são os nossos sermões? "Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós" (II Co. 4:7).

Não lhe direi a opinião que tenho de mim mesmo, pois se o fizer, é provável que enquanto o faça procure minha própria glória, e, enquanto estiver buscando minha própria glória, possa parecer humilde, o que não sou. Prefiro dizer-lhe o que o nosso Mestre pensa de mim -- Ele que sonda o coração e fala a verdade, que é "o Amém e a fiel Testemunha", e que tem falado frequentemente no mais íntimo do meu ser, pelo que agradeço a Ele. Creia-me, Ele nunca me disse que sou um "eminente Cristão e avançado nos caminhos da piedade." Ao contrário, Ele me diz bem claramente que se eu procurasse o meu próprio lugar, iria encontrá-lo como sendo o do maior dos pecadores, pelo menos dentre os que são santificados. E devo dar mais crédito ao julgamento que Ele faz de mim, meu caro amigo, do que aquilo que você pensa a meu respeito.

O mais eminente Cristão é um daqueles de quem nunca se ouviu falar, algum pobre trabalhador ou servo, para quem Cristo é tudo, e que faz tudo para ser visto por Ele, e somente por Ele. O primeiro deve ser o último. Fiquemos convencidos, meu caro amigo, de louvar somente o Senhor. Só Ele é digno de ser louvado, reverenciado, e adorado. A Sua bondade nunca é demasiadamente celebrada. O cântico dos abençoados (Apocalipse 5) não louva a ninguém senão `Aquele que os redimiu com o Seu sangue.

Não há no cântico uma única palavra de louvor a qualquer dos redimidos -- nenhuma palavra que diga que são eminentes, ou que não são eminentes -- todas as distinções estão perdidas no título comum, "os redimidos", que expressa a alegria e glória de todo o Corpo. Empenhemo-nos em trazer nossos corações em uníssono com aquele cântico, ao qual todos esperamos que nossas débeis vozes venham se unir. Esta será a razão da nossa alegria, mesmo enquanto estivermos aqui, e contribuirá para a glória de Deus, a qual é lesada pelo louvor que os Cristãos frequentemente prestam uns aos outros.

Não podemos ter duas bocas -- uma para louvar a Deus e outra para louvar o homem. Possamos, então, conhecer o que os serafins fazem (Isaías 6:2,3), quando com duas asas cobrem suas faces, como um sinal de sua confusão diante da sagrada presença do Senhor; com outras duas asas cobrem seus pés, como se tentassem esconder de si mesmos os seus próprios passos; e com as duas asas restantes voam para executar a vontade do Senhor, enquanto proclamam, "Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos: toda a terra está cheia da Sua glória".

Perdoe-me por estas poucas linhas de exortação Cristã, as quais tenho certeza, irão, cedo ou tarde, se tornar úteis para você, passando a fazer parte da sua própria experiência. Lembre-se de mim em suas orações, enquanto rogo para que a bênção do Senhor possa pousar sobre você e seu trabalho. Se você porventura vier a imprimir uma outra edição -- como espero que aconteça -- por gentileza, exclua as duas frases para as quais chamei sua atenção; e me chame simplesmente "um irmão e ministro no Senhor". Isto já é honra bastante, e não é preciso mais.


Útil

Por que afinal o cristão é deixado no mundo? Se um homem constroi um relógio, ele o faz para um propósito. Ele o faz com ponteiros para mostrar o tempo; e assim, os cristãos são como membros vivos de Cristo aqui no mundo -- feitos para serem usados, para servir a Cristo.

Por que você não se converteu um pouco antes de morrer? Deus teria poupado muitos problemas, e muita desonra, se Ele tivesse nos convertido um pouco antes de morrermos. Mas Deus quis ser honrado por nós neste mundo.

Como o relógio é feito para mostrar o tempo, assim o povo de Deus, para dar-Lhe as Suas glórias. Um relógio se torna inútil se não estiver funcionando corretamente; e você nunca encotrará um corpo em perfeita saúde, se não estiver em atividade. Nas coisas espirituais, você nunca encontrará um cristão em saudável condição, que não faça do seu corpo um sacrifício vivo a Deus (Rm. 12:1). Um cristão tem que estar cheio de gozo e do Espírito Santo.

Reunião de oração

Necessitamos orar pela reunião de oração; assisti-la e orar, não como meros espectadores, mas como membros do corpo de Cristo, entrando ao trono da graça juntamente com os demais reunidos (Hebreus 4:16).

Necessitamos resistir a toda fraqueza e cansaço; a presente graça sacerdotal de Cristo pode nos elevar sobre todo espírito mau.

Mas se você se põe a dormir na reunião, sussurra e ora com os dentes cerrados, com as mãos sobre o rosto a cobrirem sua boca, tal oração é injusta, porque provoca a carne dos demais que ficam se esforçando para conseguir ouvi-lo, o que os cansa e aborrece. Ore brevemente, considerando as crianças, os velhos e enfermos que também estão de joelhos. Seja claro e breve como Moisés em Números 12:13: "Ó Deus, rogo-te que a cures."

Também em I Crônicas 4:10 lemos, "Se me abençoares muitíssimo, e meus termos amplificares, e a tua mão for comigo, e fizeres que do mal não seja aflito!..." Estas orações são, ambas, claras e breves. Considere como é cruel vagar desde Dã até Berseba (regiões de Israel, uma ao norte e outra ao sul) e tornar a voltar, fatigando as pessoas, já cansadas pelo trabalho cotidiano. Certa ocasião um irmão disse a outro: "Sua oração me colocou em uma santa disposição mental, mas... a mesma oração me tirou dela."

A oração mais longa no Novo Testamento se encontra no capítulo 17 do evangelho de João, onde o Filho se dirige ao Pai; e provavelmente tomou somente cinco minutos.

Evite a crítica; se eu me sinto com espírito crítico enquanto outros oram, é porque meu próprio espírito não está em contato com a mente de Deus. Guarde-se de toda oração "teológica" (em que se fica expondo doutrinas, princípios, etc.). O irmão J. N. Darby disse certa vez: "...esse tipo de oração é uma iniquidade." Se pretendemos orar para mostrar nosso conhecimento, não estamos orando a Deus.

Mantenha seus olhos fechados, mas não durma. Dormir em qualquer das reuniões é grande desonra ao Senhor, e os que fazem tal coisa devem ser admoestados por sua maneira indecente e sem reverência. Descanse no Senhor e pacientemente espere nEle; o Senhor organizará todas as coisas em seu devido tempo.

Orar para que as pessoas ouçam é algo perverso, porque fazemos que estamos orando a Deus, enquanto estamos pregando aos homens. "Mas faça-se tudo decentemente e com ordem" (I Co. 14:40).

Autor desconhecido

Um Deus Justo e Salvador

"Anunciai, e chegai-vos, e tomai conselho todos juntos: quem fez ouvir isto desde a antiguidade? Quem desde então o anunciou? Porventura não sou eu, o Senhor? E não há outro Deus senão eu; Deus JUSTO E SALVADOR não há fora de mim." Isaías 45:21

Todas as pessoas têm um certo conhecimento do bem e do mal; tal coisa elas dizem ser boa e tal coisa má. Mas talvez não existam duas pessoas que possuam exatamente o mesmo padrão do que seja bem e do que seja mal. O que as pessoas fazem é estabelecer um tal padrão do bem que possa incluir a elas próprias, e um tal padrão de mal que as exclua, e inclua outras.

Por exemplo, o alcoólatra acha que não há muito mal em beber, mas poderia considerar um grande pecado roubar. O ambicioso, que talvez pratique todos os dias alguma fraude ou algum desfalque "no mundo dos negócios", procura justificar-se com o pensamento de que é necessário e normal agir assim nos negócios, "e, para todos os efeitos, não fico bêbado ou praguejo e blasfemo como os outros fazem", diz ele.

Aquele que é imoral se orgulha de ser generoso e ter um bom coração para com os outros, ou, como se costuma dizer, "não faz nenhum mal aos outros, exceto a si mesmo." O homem honesto, moral, amável e cuidadoso para com sua família, satisfaz a si próprio fazendo o que ele chama de seu dever, e olha ao seu redor e se compadece dos pecadores declarados que vê; mas nunca considera quantos pensamentos maus, quantos desejos pecaminosos já produziu seu coração, mesmo que desconhecidos dos outros. Porém Deus julga o coração, apesar de o homem enxergar apenas a conduta exterior. Assim, cada um se compraz por não estar fazendo algum tipo de mal, e se compara sempre a alguém que tenha cometido algum pecado que ele acha haver conseguido evitar.

Isso tudo prova que os homens não julgam a si próprios segundo um padrão único do que seja "bem" e do que seja "mal", mas tão somente tomam como sendo "bem" aquilo que mais lhes agrada e condenam os outros. Mas há um padrão, com o qual tudo será comparado, e de acordo com o qual tudo será julgado -- um padrão de justiça; e tudo o que não corresponder a ele será condenado eternamente. Este padrão não é nada menos do que a justiça de Deus.

Quando alguém começa a descobrir que não é comparando a si próprio com os outros que ele será julgado, mas pela comparação com o próprio Deus, então sua consciência começa a ser despertada para pensar a respeito do pecado como quem está diante de Deus. Aí sim ele se reconhecerá culpado e arruinado; e não tentará justificar a si mesmo apontando para alguém que seja pior, mas ficará ansioso por saber se é possível que Deus, diante de quem ele sabe estar condenado, poderá desculpá-lo ou perdoá-lo.

Os escribas e fariseus, mencionados no capítulo oito do evangelho de João, eram pessoas muito moralistas e religiosas, e ficaram imensamente chocados quando encontraram uma mulher abertamente em pecado, se indignando muito contra ela. A Justiça e a Lei de Moisés, pensaram eles, mandava que dela fosse feito um exemplo -- não seria conveniente que uma tal pecadora continuasse a viver. É um conforto e um alívio para o depravado coração do homem, quando pode encontrar alguém que julgue ser pior do que si próprio. Ele pensa que o pecado maior de outro desculpa o seu próprio pecado, e enquanto acusa e veementemente censura o outro, ele se esquece do seu próprio mal. Ele assim se regozija na iniquidade.

Mas isso não é tudo. Não apenas os homens procuram se gloriar e exultar na queda e ruína de outro, como não podem aguentar ouvir ou pensar a respeito de Deus exibindo graça. GRAÇA, que significa total e gratuito perdão de todo pecado, de todo mal, sem que Deus exija ou espere algo daquele que é assim perdoado - é um princípio tão oposto à todos os pensamentos e caminhos humanos, tão acima do homem, que ele tem aversão a isso. O seu coração, com frequência, chama a isto injustiça. Ele próprio não age desta maneira, e não gosta de pensar que Deus o faça.

É muito humilhante sermos obrigado a aceitar que somos dependentes inteiramente da graça para a salvação; e que nada que tenhamos feito, ou que possamos fazer no futuro, nos fará indivíduos justos e aptos para a graça, mas que nossa miséria, pecado e ruína são as únicas reivindicações que temos para graça. Os escribas e fariseus não podiam entender isso e, não querendo reconhecer que eles próprios eram pecadores, desejaram embaraçar Jesus. Assim, se Ele absolvesse a mulher, diriam que Ele era injusto; se a condenasse, iriam dizer que não era misericordioso. "Tais mulheres devem ser apedrejadas", diziam eles, "tu, pois, que dizes?"

Na verdade, a sentença era justa, a prova da culpa da mulher era inquestionável, e a Lei estava clara; mas quem iria executar a sentença? O homem pode facilmente condenar, mas quem tem o direito de executar? "Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela." Quem poderia dizer de si mesmo "sem pecado"? E se nenhum deles podia dizer, "Eu estou sem pecado", não havia um deles que não estivesse sob a mesma sentença da mulher, que é a morte, pois "o salário do pecado é a morte" (Rm. 6:23).

Que estranha situação! A acusada e seus acusadores da mesma forma envolvidos na mesma ruína -- todos culpados! Não mais "a tal seja apedrejada", mas todos deveriam ser apedrejados. Do mais velho ao mais jovem, todos pecadores convictos!

Você já pensou nisso -- que você e todo o mundo são culpados perante Deus? Não interessa a quantidade de pecado que você possui no padrão de medida dos homens; você pode dizer que está sem pecado diante de Deus? Se não pode, então MORTE é a sua sentença! "A alma que pecar, essa morrerá" (Ez. 18:20). E nessa triste condição, o que você tem feito? Talvez o mesmo que os escribas e fariseus fizeram, quando foram convencidos por suas próprias consciências -- saíram da presença do Único que pode pronunciar o perdão. Adão, no jardim do Éden, havia feito o mesmo antes; ele se escondeu de Deus quando reconheceu que era culpado e se afastou de seu único Amigo justamente quando ele mais precisava de Sua ajuda (Gn. 3:8). E assim ainda é. O homem tem mêdo do Único que está pronto para perdoar.

Você pode ser capaz de persuadir a si próprio de que não é tão mau assim; você pode encontrar outros abertamente piores do que você; mas é você, apesar de tudo, um pecador? Qual é a opinião de Deus a seu respeito? A sua própria consciência não lhe diz que não pode considerar-se completamente sem pecado? Bem, então a MORTE é a sentença. Deus não pode mentir. É a sentença que Ele lhe dá. E se tivéssemos ouvido apenas que Deus é JUSTO, não haveria esperança. Mas Ele é "um Deus Justo e SALVADOR." Ele condenou, e Ele tem também o poder para executar. A única questão que permanece é: Pode Ele perdoar?

"...ficou só Jesus e a mulher que estava no meio." Ela estava em pé diante daquEle que podia dizer de Si próprio, "sem pecado" e que poderia, portanto, atirar a pedra. Ela estava só com aquEle que ela reconhecia como Senhor; e qual seria a sentença que Ele lhe daria? Que momento de intensa ansiedade deve ter sido para ela! Como as coisas que a cercavam devem ter se tornado em nada à sua vista! Ela estava a sós com aquEle que tinha o poder da vida e da morte. Tudo se apoiava na Sua palavra. O que Ele iria dizer? Os homens não ousaram atirar a pedra; agora o que iria Deus fazer? "Nem eu também te condeno: vai-te, e não peques mais."

Esta continua sendo a mensagem graciosa para o pecador arruinado, pronunciada pelo próprio Juiz. Mas é apenas para o pecador arruinado, que permanece conscientemente convicto perante o Juiz, que ela é pronunciada. Os "justos" fariseus não a ouviram. Eles estavam convencidos, mas não quiseram confessar seu pecado, e procuraram se livrar de sua condenação, ocultando sua culpa com algumas boas obras de sua autoria. Além do mais, não iriam querer se colocar na mesma posição de condenação com a miserável mulher, que acabou recebendo essa bendita palavra de paz.

E ainda é assim. Se você deseja ter o completo e gratuito perdão de Deus, deve ocupar primeiramente seu lugar como pecador culpado. Estar a sós com Jesus, conscientemente auto-condenado. Não ter mais ninguém em quem confiar, ninguém para comparar consigo mesmo. Não tomar resoluções de correção, não tentar ficar melhor primeiro, antes de vir a Ele; mas ser trazido a Ele por seus próprios pecados, permanecendo exatamente no lugar de condenação, diante da Pessoa que tem o poder para condenar. Fazer de sua culpa a razão de estar a sós com Ele.

O Senhor não deu à ela um perdão condicional. Ele não disse, "Nem tampouco te condenarei, SE não pecares mais." Não, Ele deu à ela primeiramente o Seu completo e total perdão, pois Ele sabia que iria torná-la capaz de evitar o pecado no futuro. Se você deseja ter poder sobre seus pecados, deve antes saber que estão todos perdoados por Deus por meio de Cristo. Mas se você tentar dominar o seu mal antes de conhecer o perdão de Deus, não obterá nem uma coisa nem outra. Por meio da fé no Senhor Jesus você é justificado gratuitamente de tudo antes de ser absolvido diante da presença de Deus.

Porém, alguns dos que realmente crêem no Senhor Jesus não vêem isto claramente, e estão procurando ter paz por meio de santidade de vida ou dos frutos do Espírito, ao invés de antes reconhecerem a si próprios como pecadores arruinados, completa e gratuitamente perdoados, para então deixar que suas vidas e conduta sejam guiadas pelo conhecimento deste perdão e pelo amor de Deus que o conhecimento de Sua misericórdia deve necessariamente criar. Tudo começa com o "Nem eu também te condeno."

Deixe que a paz venha da fé no sangue de Sua cruz, pelo qual Ele fez a paz. O conhecimento e estimativa de Deus quanto ao seu pecado é muito mais profundo do que o seu, mas Ele providenciou o sangue de Seu Filho. Ele afirma que aquele sangue limpa todo o pecado. Quanto mais eu vejo e conheço meu próprio pecado, mais irei dar valor àquele sangue precioso que o limpou. E mais ansioso serei em não afligir o coração daquEle, que em Seu próprio amor, providenciou tão maravilhoso sacrifício por causa dos meus pecados. Portanto, quanto mais profundamente eu conheço minha própria culpa, mais segura irá ser a minha paz; pois maior será o valor que darei ao sangue, por meio do qual foi feita a paz.

Que você possa conhecer a paz e o gozo de ter todos os seus pecados perdoados por meio da fé no sangue do Senhor Jesus, e a consequente vitória sobre o poder de todos aqueles pecados pelos quais você tem estado cativo.

Considerando meu irmão

"O amor cobre todas as transgressões" (Pv. 10:12). Que maravilhosa declaração é esta! Implica em algo muito prático e ativo, nada teórico, pois é a marca característica pela qual os cristãos são conhecidos (Jo. 13:35). Amor é a diferença entre religião e Cristianismo, entre sinceridade e o que é abstrato e superficial. É o único motivo para um serviço aceitável ao Senhor.

Este amor, posto por Deus nos corações dos crentes (Rm. 5:5), é o poder que nos capacita a agirmos como devemos. É amor que se regozija quando outros, e não nós, estão sendo louvados e honrados; amor que é grato quando o Senhor usa outros para promoção de Sua Glória, sem inveja, ciúmes ou qualquer sentimento indigno que possamos imaginar.

O verdadeiro amor para com o povo do Senhor sempre nos levará a nos esforçarmos, tendo maior consideração com os outros do que com nós mesmos. O que mais poderia significar a expressão "o amor cobre"? Talvez a mais prática demonstração disso é a ausência de fofocas e mexericos, nunca falando de nossos irmãos ou irmãs de uma maneira negativa. Deveríamos nos esquivar de expô-los a boatos. Quando soubermos de algo errado, é melhor que falemos com o Senhor sobre o assunto. Isso revela nossos sentimentos verdadeiros e nosso próprio estado espiritual.

Quando espalhamos algo, toda a assembléia é afetada. Mas quando nos dirigimos ao Senhor, o Espírito Santo pode, em resposta às nossas orações, iniciar uma obra sobre o coração e consciência do infrator, para trazê-lo ao arrependimento ou abatê-lo sob a disciplina do Senhor. Mas o amor para com nosso irmão vai mais além, induzindo-nos a tratar com ele de uma maneira terna e graciosa, com benignidade e mansidão, procurando ajudá-lo em sua dificuldade (leia Gl. 6:1,2).

Há uma bela figura no Antigo Testamento (Ex. 25:31-40), em conexão com o castiçal, que é muito instrutiva para nosso relacionamento entre irmãos. Um castiçal era, na verdade, uma pequena lâmpada ou lamparina contendo azeite de oliva e um pavio. O pavio iluminava somente algum tempo e logo se queimava formando uma crosta de carvão que necessitava ser retirada com os espevitadores. O Senhor havia dito a Moisés que fizesse um castiçal de ouro com sete lâmpadas, além de seus acendedores e apagadores de ouro puro.

Quanto mais leio a Bíblia, mais fico impressionado com a importância de cada palavra. O que podemos aprender de espevitadores e apagadores? Bem, se a lâmpada devia se manter acesa, era necessário espevitá-la, ou seja, aparar o seu pavio algumas vezes. E se queremos brilhar constantemente por Cristo, haverá ocasiões quando teremos que julgar a nós mesmos na presença do Senhor, ou ficaremos exatamente como um pavio queimado que obscurece a luz. O sacerdote no Antigo Testamento entrava no Tabernáculo e espevitava a lâmpada, usando um espevitador de ouro. Ouro, nas Escrituras, nos fala daquilo que é divino, e assim o crente que precisa repreender a seu irmão deve aproximar-se dele em comunhão com o Senhor. Se for neste espírito será capaz de ajudá-lo.

O que o sacerdote fazia com o pavio queimado, quando o levava embora? Será que espalhava suas cinzas ao redor, para que caísse em sua túnica branca e em suas mãos, sujando a si mesmo e às vestes dos demais sacerdotes? Oh, não! Ele tomava aquele pavio negro e sujo e o colocava em um apagador de ouro, e o cobria sem sujar ninguém. É isto o que o amor faz! Não divulga as falhas dos irmãos, mas as cobre na presença de Deus.

Quando Satanás não consegue fazer-nos indiferentes para com o pecado, ele tenta levar-nos ao outro extremo, fazendo com que julguemos sem nenhuma misericórdia. Davi parecia saber disso quando falou: "...caiamos nas mãos do Senhor, porque muitas são suas misericórdias; mas nas mãos dos homens não caia eu" (II Sm. 24:14). Há uma tendência em nós próprios de sermos duros e impiedosos uns para com os outros, esquecendo-nos da graça e misericórdia com que Deus nos trata. Temos a recomendação do Espírito, "Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo" (Ef. 4:32). Este é o perdão que inclui graça para perdoar.

Bom é para nós lembrarmos que a igreja ou assembléia é uma congregação de pecadores arrependidos, e o Céu é um lar para pecadores arrependidos. Assim como buscamos, por Sua graça, manter a verdade de Deus, possamos buscar também trazer diante de nós um sentimento de graça, misericórdia e paciência, pois tudo isso Ele nos tem demonstrado.

Autor desconhecido. Traduzido de "Christian Truth - nov.80

Sofrimento humano e cuidado divino

É necessário que Cristo esteja entre o nosso coração e o sofrimento, ao invés de este último vir a colocar-se como uma parede entre nosso coração e Cristo. Quando passamos por uma provação, não nos esqueçamos de que o que necessitamos não é ver nossas circunstâncias mudarem, mas sim obtermos uma vitória sobre nós mesmos.

A aceitação de seguir a Cristo não significa colocar-se ao abrigo das provas e dos dissabores que gostaríamos de evitar. Como conseguiríamos manter uma vida sem sofrimento moral e físico em um mundo no qual nosso Senhor sacrificou Sua vida?

Mesmo quando Deus julga necessário que uma provação nos alcance, ela vem de uma mão que não erra jamais e de um coração cujo amor é perfeito. O crente não é um indiferente diante da dor, que desafia orgulhosamente sua provação e procura sofrer valorosamente, consciente de sua fidelidade e sabendo dominar a aflição. Ele sente, isto sim, os golpes, mas conhece Aquele que os permite.

A paciência, o sustento e a ternura de Deus não poderão ser aprendidos no céu. É só aqui na terra que podemos conhecê-Lo nestes aspectos. Deus é para nós como um amigo que conhecemos em nossas misérias e aflições e a Quem voltaremos a encontrar no céu com um gozo muito maior.

Antes dos israelitas entrarem no deserto, o maná era algo desconhecido para eles e para seus pais. Nada podiam fazer para o produzir -- dependiam totalmente de Deus. Se Deus tivesse deixado de o enviar por alguns dias, todos teriam perecido de fome. A água que brotou da rocha foi, da mesma maneira, um milagre. Ela não existia no deserto, mas Deus, milagrosamente, concedeu-a a Israel. Também não havia um caminho marcado, todavia Deus operou outra maravilha -- uma nuvem, de dia, e uma coluna de fogo à noite serviam-lhes de guia.

Mas não era somente nas coisas grandes e tão manifestas e visíveis que Deus cuidava deles, ou cuida de nós hoje mesmo neste mundo arruinado. Nós também podemos observar o Seu terno cuidado em nossos problemas e necessidades, por menores que sejam. "Nunca se envelheceu o teu vestido sobre ti, nem se inchou o teu pé estes quarenta anos" (Deut. 8:4). Talvez os próprios israelitas nunca tivessem meditado nestes milagres que nada tinham de espetacular: a duração da roupa e o bem estar dos pés. Não se dá o mesmo conosco? Quantos detalhes do cuidado de nosso Pai nos passam despercebidos! Quão ingratos somos!

Autor desconhecido

A mentira

Mentir é falar ou dizer algo contrário à verdade; é a expressão e manifestação contrária ao que alguém sabe, crê ou pensa. Pode-se crer na mentira, falar mentira e praticar a mentira. É o engano em seus diferentes aspectos; nocivo ao ser humano e ofensa grave diante de Deus. O diabo é o pai da mentira (Jo. 8:44) e, portanto, a mentira é um instrumento diabólico que o homem usa para sua própria perdição. O mais triste é que o homem ama a mentira, não ama a verdade pois ele é mau por natureza (Rom. 1:25; Apoc. 22:15).

A juventude, em termos gerais, está sendo arrastada à perdição eterna pelo prazer transitório da inclinação à droga, sexo, etc. Tudo não passa de uma grande mentira; é enganoso, anormal, trazendo prejuízos físicos, morais e espirituais. Tais coisas podem ser definidas como praticar a mentira. Esta prática abrange os mais variados aspectos da mentira como idolatria, homicídio, adultério, fornicação, cobiça, etc.

Falar mentira é um mal muito comum em todos os ambientes e esferas da vida. Algumas pessoas dizem que certas mentiras são benignas, mas isto não é correto. Toda mentira, pequena ou grande, é um instrumento do diabo, portanto é recomendável que o crente não se comprometa com coisa alguma que possa levá-lo a mentir. Todo verdadeiro crente deve tratar tudo de uma forma positiva; na verdade o seu falar deve ser "Sim, sim, Não, não, porque o que passa disto é de procedência maligna" (Mt. 5:37).

Existe também a mentira doutrinária e a mentira teórica. O espírito do erro nega que Jesus Cristo veio em carne, nega que Cristo é Deus (I Jo. 4:6). Esta é uma mentira doutrinária. A teoria da evolução é uma mentira teórica pois nega a criação, negando assim o Criador que é Deus. Há pessoas que crêem nessas mentiras, e haverá muitíssimos que irão crer na mentira por não terem dado crédito à verdade (II Tess. 2:10-12).

Quando Adão e Eva pecaram no Éden, o pecado entrou no ser humano; entrou a mentira, o mal e, consequentemente, a morte. "Porque o salário do pecado é a morte", mas graças a Deus que "o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor" (Rom. 6:23). Portanto, ao homem agrada, por natureza, crer na mentira; agrada-lhe praticar a mentira e ele até mesmo ama a mentira. Repito, a mentira é prejuízo ao homem e, com todos os seus horrorosos aspectos, o degenera e o leva à perdição. O diabo com seu instrumental de mentira rouba, mata e destrói o homem. Está escrito: "O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir" (Jo. 10:10). O diabo lançou a sua mentira no mundo: "a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida" (I Jo. 2:16).

Devemos aborrecer a mentira, em qualquer forma que se apresente, e não nos esquecermos que o primeiro pecado grave, pecado de morte, registrado na igreja, foi uma mentira (At. 5:1-11). Temos que amar a verdade, a qual está em nós, e estará para sempre (II Jo. 1,2). Procuremos praticar a verdade em nossas vidas, crer na verdade, falar a verdade e amar a verdade. Cristo disse: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim" (Jo. 14:6). "Pelo que deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros" (Ef. 4:25).

Autor desconhecido

Tempos dificeis

Passamos por tempos difíceis em nossa vida. Pode acontecer de ficarmos sem dinheiro, ou talvez perdermos algo ou alguém de grande valor para nós, ou mesmo passarmos por dificuldades em nossos estudos ou em nosso trabalho. Poderá ser que venham sobre nós tempos de dificuldades tais que nunca foram experimentadas por outros. Mas devemos nos lembrar de que tudo o que nos acontece é permitido por Deus.

Deus tem um propósito em tudo aquilo que Ele permite que passemos. "E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto." (Rom. 8:28). "Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente." (II Cor. 4:17).

Em certas circunstâncias, nos fica difícil entender que bem pode existir nos tempos difíceis que Deus está permitindo em nossa vida. Isto pode acontecer por estarmos pensando que este benefício deve ser algo visível, aqui neste mundo. A promessa de Deus não diz que o benefício será visível enquanto ainda estamos aqui neste mundo. Ele promete que nossa leve aflição ou tribulação, irá resultar em "um peso eterno de glória mui excelente". Quando chegarmos ao Céu veremos o fruto dos tempos difíceis que experimentamos aqui neste mundo, os quais, aparentemente, não nos pareciam trazer qualquer benefício. As bênçãos que receberemos então serão muitíssimo maiores do que as dificuldades que tivemos aqui.

Alguém comparou isto aos ingredientes de um pão. Se comermos farinha, crua, ela se nos pegará à boca e será difícil de engolir. O mesmo acontecerá com o óleo, que nos causará náuseas; o sal, que nos dará sede, ou o fermento, que deixará nossa boca amarga. Assim são as dificuldades isoladas que passamos neste mundo; não nos trazem nenhum prazer. Os ingredientes do pão devem ser misturados; a massa batida e revirada, e abandonada à ação do tempo para crescer, sendo então levada ao fogo.

Só depois de tudo isso podemos saborear um delicioso pão. O mesmo acontece com os ingredientes das dificuldades que passamos. Quando os experimentamos isoladamente, não nos parecem saborosos ou benéficos; é necessário o tempo de uma vida neste mundo para que eles nos sejam acrescentados na medida certa e passem pelo fogo da provação, até que, no Céu, possamos reconhecer que tudo o que nos sobreveio produziu um "peso eterno de glória mui excelente". Só então iremos saborear o produto final e reconheceremos que valeu a pena.

Mesmo quando passamos por tempos difíceis podemos ter paz por sabermos que o Senhor está cuidando de nós. "Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós." (I Ped. 5:7).

Autor desconhecido

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