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A expectativa - H. Witherby

Amado, paremos um pouco para considerar quanto tempo ainda nos resta até que vejamos a face do Senhor! Sua face, Sua própria face, Aquele que é "o mais distinguido entre dez mil" (Ct 5.10 V. Atualizada), o "totalmente desejável" (Ct 5.16) - Jesus, nosso Senhor. Alguns de nós ainda são jovens; outros já estão velhos, mas mesmo que Ele não venha nos buscar no tempo de vida que nos resta aqui, Ele não tardará. Se for este o caso, ainda assim é certo que no máximo em pouquíssimos anos já estaremos vendo Jesus.

Não será de nenhum proveito, amado, apenas permanecer imóvel em seu quarto a meditar naquele encontro que está tão próximo. Pode ser o caso de você se encontrar deitado em seu leito, o corpo perecendo à medida que se aproximam os seus últimos momentos. Então seriam momentos nos quais sua alma deveria tão somente estar se esforçando para vislumbrar a Pessoa de Cristo. Ele iria sorrir para você, enquanto seus amigos iriam poder notar a beleza do Senhor refletindo em seu semblante, e testemunhariam de seu sorriso de saudação correspondendo ao dEle, à medida que seu espírito se apressasse para estar para "sempre com o Senhor" (1 Ts 4.17).

O que é esta vida? É um vapor que surge por um pouco de tempo, e então se desvanece (Tg 4.14). Sim, é certo, mas trata-se do tempo que você dispõe para conhecer o Senhor e passar a ansiar por vê-Lo. Volte, irmão, ao amor de Jesus. Sim, pois muitas de nossas primaveras já se passaram. Acaso não é igualmente certo que aquela antiga doçura de dedicada afeição que tínhamos para com Ele já se foi? Será que não O amamos mais como antes? Será que a medida de nosso amor para com Ele, assim como a qualidade deste amor, diminuiu? Ele conhece todas as coisas; deixemos que Ele responda e acatemos isso em silêncio.

Muito embora o frescor de outrora tenha se acabado, assim como o vigor de nossa infância já não se encontra em nosso rosto, estamos ganhando em anos, e cada ano que passa nos declara: - Estamos mais perto do lar, mais perto do Senhor Jesus. Aqueles que já viveram até a meia-idade, já viveram o suficiente para ter seus corações partidos. Parece ser esta uma das maiores razões de sermos deixados a viver por vários anos na escola da vida. Pudemos presenciar nossos pais morrendo, pudemos ver o espírito de nossos filhos subindo para o Lar, e pudemos sentir a presença do Senhor à beira do leito de morte, tanto de velhos como de jovens. Já vivemos o suficiente para que, por muitas vezes, nosso coração fosse sarado por Sua mão, à medida que fomos sendo quebrantados pelas tristezas da vida. E, a cada ano que passa, o céu não somente fica mais perto, mas também mais precioso ao nosso coração; mais tesouros são depositados lá à medida que os anos vão passando, e cada época de nossa vida nos ensina coisas acerca de Jesus que nunca teríamos imaginado se não fossem as tristezas.

Ele é tão real, como alguém que é o mais amado em nosso coração; tão perto quanto um amigo que se fez mais próximo do que um irmão. Portanto, paremos para avaliar qual o maior espaço de tempo que ainda possamos ter que ficar aqui até que vejamos Sua face. Sabemos qual é o menor espaço de tempo que ainda pode nos restar: "um momento, um piscar dos olhos"; sim, podemos subir para o lar antes mesmo do próximo "tic" do relógio, pois Ele virá e não tardará. Mas pensemos no maior espaço de tempo, quanto poderia ser? Fique um pouco a sós com o Senhor e considere o que será Sua saudação, e seu encontro com Ele, podendo olhar bem nos Seus olhos!

O que é a vida? É um momento privilegiado para glorificarmos o Senhor neste mundo. Somos deixados aqui para andarmos como Ele andou - para brilharmos como luzes no mundo, e isto por Ele - para sermos Sua carta, conhecida e lida por todos os homens. E quanto mais pensamos em vê-Lo, mais iremos desejar agradá-Lo. Seria demais dizer que muitos dos que pertencem ao Senhor possuem uma barreira entre suas afeições e o coração do Senhor? Existe um obstáculo. Não estão brilhando. Tais pessoas têm paz por meio do sangue de Cristo, mas Sua paz não está preenchendo seus corações. Não há proveito algum em esconder a verdade - muitos do povo de Deus não estão, neste exato momento, em comunhão pessoal com Cristo. Falta expressão às suas feições espirituais. Possuem características próprias do cristianismo, mas o olho espiritual carece de brilho; Jesus não Se encontra próximo àquelas almas; Cristo não está habitando naqueles corações pela fé. Para essas pessoas não está sendo o céu na terra e tampouco há um anseio por Cristo. Inteligência espiritual não é o mesmo que afeição espiritual, e sem o amor que move esta afeição, a lâmpada fica obscurecida.

Volto a dizer, fique a sós com o Senhor; medite naquele momento que se seguirá à nossa vida neste mundo, quando iremos ver Sua face. Que bálsamo é isto para a presente aflição espiritual! Alguns sugerem uma determinada cura para a condição da alma, outros sugerem outra, mas todas falham a não ser esta: Jesus, e somente Ele. Damos graças a Deus pelas doutrinas, e agradecemos mais ainda por ser cada doutrina uma porta que se abre para a presença do Senhor. Estaremos nós do lado de fora destas portas? Muitos de nós estão! Sabem muito bem como são tais portas. Existe a porta de madeira de acácia, a de prata, a de ouro - o conhecimento de Sua humanidade sem mácula, Seu sangue redentor e a glória do Pai por meio dEle. Experimente abrir a porta de Sua humanidade, e contemple-O! Diante de você está o Homem perfeito. Abra a porta de prata da redenção e veja Suas feridas, outrora se esvaindo em sangue. Abra a porta de ouro e olhe para Ele, no lugar onde Ele mesmo Se encontra em glória nas alturas. Nossos corações precisam tão somente de Jesus; busquemos mais Sua bendita companhia. Sua presença irá derramar santo esplendor sobre nosso ser. Um pouco mais e caminharemos junto a Ele em alvas vestes. Hoje mesmo nossas palavras estariam expressando a única língua do céu, se apenas nos deixássemos estar em Sua presença.

Que mudança ocorreria em nós se nosso coração estivesse conformado a Cristo. As contendas de palavras cessariam, o orgulho se desvaneceria, o pecado seria confessado, e os homens reconheceriam que havíamos "estado com Jesus" (At 4.13).

H. Witherby - Christian Treasury Jan/87

Posicao e condicao do crente



https://youtu.be/7UvQFr4jGoM

Apresentamos aqui algo acerca dos mais maravilhosos e proveitosos princípios que nos levam a um correto entendimento espiritual da posição e da condição do crente diante de Deus. A ignorância que existe acerca destes pontos é algo que entristece, já que a má compreensão da posição e condição do cristão diante Deus pode resultar em confusão e falsas doutrinas.

Os dons do Espirito - H. E. Hayhoe

Alguns dos dons do Espírito foram dados para "sinais", e como tal serviram para confirmar a Palavra para aqueles que eram incrédulos. (Atos 14.3; 1 Coríntios 14.22.) Eles não eram para ser utilizados, mesmo quando alguém os possuía, exceto para edificação. Quando se tratava de falar em línguas, devia-se permanecer em silêncio a menos que alguém pudesse interpretar o que era falado, de forma a edificar a assembléia. (1 Coríntios 14.27,28.)

Quanto ao dom de línguas do versículo acima citado, não existe promessa de sua continuação, nem de qualquer um dos outros dons de sinais. (1 Coríntios 12.28-31.) A continuidade é prometida para aqueles dons que expressavam o amor de Cristo para com a igreja. (Efésios 4.11-16.)

O dom de línguas servia para demonstrar a unidade de todos os crentes de todas as nações, unidade esta formada por Deus por ocasião da vinda do Espírito. (Atos 2.4-11; 1 Coríntios 12.13.) Uma vez que a igreja de Deus falhou de forma tão evidente em expressar exteriormente esta unidade, o dom de línguas, assim como todos os dons de sinais, já não são manifestos em nossos dias. Aqueles que professam possuir estes dons devem ser provados à luz das Escrituras. O dom de línguas na Bíblia não se tratava da manifestação de línguas ininteligíveis, mas línguas bem conhecidas e faladas neste mundo. (Atos 2.8.) Quando se tratava de efetuar curas, ninguém saía desapontado. Todos eram curados. (Atos 5.16.) É bom provar, por estas passagens bíblicas, aqueles que proclamam possuir o dom de línguas e de cura nos dias de hoje. (1 Coríntios 4.19,20.)

Além do mais, "os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas". O Espírito de Deus não força um homem a falar a qualquer hora, ou de qualquer maneira, e quando alguém ministra, seu ministério deve ser objeto de um julgamento espiritual por parte de seus irmãos. Além disso, aqueles que falam devem falar um de cada vez, caso contrário haverá confusão. (1 Coríntios 14.27-33.)

Os dons do Espírito não se tratam de habilidades santificadas, mas de uma verdadeira comunicação daquilo que não era possuído anteriormente, embora colocado em um vaso preparado por Deus para esse uso.

Os dons apresentados em 1 Coríntios 12 eram as várias manifestações do Espírito, ali dispostas por Deus e administradas pelo Senhor, e suas operações eram pelo Espírito. Seu uso devia ser para edificação. (1 Coríntios 14.)

Para a época em que a igreja de Deus se transformou numa "grande casa", a palavra em 1 João 4.1 é: "provai se os espíritos são de Deus". Duas coisas devem caracterizar o verdadeiro ministério pelo Espírito: primeiro, deve haver a confissão da verdadeira Deidade e Humanidade de Jesus Cristo; segundo, deve haver submissão à doutrina dos apóstolos conforme é dada na Palavra. Isto é muito importante. (1 João 4.2,6.)

Todo crente é habitado pelo Espírito, e sabe disso pelo amor de Deus que é derramado em seu coração. (Efésios 1.13; 1 Coríntios 6.19; Romanos 5.5.)

Toda bênção cristã é um dom. Não recebemos essas bênçãos por nossos próprios esforços ou orações. Nós as recebemos quando a fé recebe a Cristo, e crê no evangelho da Sua graça. (Efésios 1.3.) Aqueles que creram no evangelho no dia de Pentecostes, receberam também o dom do Espírito. (Atos 2.38.)

O nosso desfrutar daquilo que temos recebido depende do nosso andar. (Romanos 15.13; Efésios 4.30; 1 Coríntios 2.15.) Andemos cuidadosamente, em oração, submissos à Palavra, e julgando tudo aquilo que possa impedir a ação do bendito Espírito de Deus em nos mostrar as coisas que pertencem a Cristo.

É importante lembrar que as Escrituras são inspiradas pelo Espírito de Deus (2 Pedro 1.21), e que o Espírito nunca guiará alguém por um caminho contrário à Palavra.
H. E. Hayhoe

Uncao, selo e penhor do Espirito - H. E. Hayhoe

A UNÇÃO DO ESPÍRITO

A unção do Espírito é dada para o serviço. (Lucas 4.18.) O sacerdote em Israel era ungido para o serviço (Êxodo 29). A unção era para separar pessoas para o Senhor, ou, no caso da adoração de Israel, coisas usadas na adoração. Hoje, nós que somos salvos, somos ungidos pelo Espírito. (2 Coríntios 1.21; 1 João 2.27.)

O SELO DO ESPÍRITO

O selo do Espírito serve para marcar aqueles que crêem, como pertencentes a Cristo. (2 Coríntios 1.22.) Sendo assim, é dito em Romanos 8.9 que "se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele", pois um homem não estará ainda totalmente reconhecido como pertencente a Cristo até que seja selado pelo Espírito, mesmo que uma obra de Deus pelo Espírito possa ter começado em sua alma. (Filipenses 1.6.) Todo crente, uma vez selado, é selado até o dia da redenção. (Efésios 4.30.)

O PENHOR DO ESPÍRITO

O penhor do Espírito significa que o Espírito que habita no crente é a garantia de que o crente, com absoluta certeza, irá estar na glória vindoura, incluído nos privilégios que o Espírito procura fazer que desfrutemos desde já. (2 Coríntios 1.22; 5.5; Efésios 1.14.)

CHEIOS DO ESPÍRITO

Somos exortados a nos encher do Espírito (Efésios 5.18), pois quando estamos assim cheios nos rendemos à energia do Espírito que deseja ocupar nossa mente e preencher o nosso coração com Cristo, na glória da Sua Pessoa e na plenitude da Sua obra. Sua obra perfeita glorificou a Deus, e tornou possível que a graça viesse a nós em toda a plenitude dos propósitos de Deus. Para nos rendermos é necessário que mortifiquemos os desejos do corpo, a fim de podermos viver no poder do Espírito e, quando estamos assim cheios, vivemos para Cristo. (Romanos 8.13.) Não se trata de algo que é feito de uma vez para sempre, mas trata-se da aplicação prática e diária da verdade. (Lucas 9.23; 2 Coríntios 4.10.)

Uma pessoa cheia do Espírito não estará ocupada consigo mesma, e nem tampouco com o próprio Espírito, mas com Cristo, Aquele de Quem o Espírito fala. (João 16.13,14.) Estêvão é um maravilhoso exemplo disto. (Atos 7.55.)

H. E. Hayhoe

O batismo com o Espirito Santo - H. E. Hayhoe

O batismo com o Espírito Santo aconteceu no dia de Pentecostes quando todo aquele grupo reunido no andar superior da casa recebeu o Espírito Santo. Naquela ocasião o Espírito Santo "encheu toda a casa" (Atos 2.2), e encheu também cada um dos que estavam na casa. (vers. 4.)

As "línguas repartidas" demonstravam o propósito de Deus em fazer tanto judeus como gentios um em Cristo, enquanto que o fato de serem "como que de fogo" (figura de um juízo), nos faz lembrar que "a santidade convém à tua casa, Senhor, para sempre". (Salmo 93.5.) Isto se tornou evidente no julgamento de Ananias e Safira. (Atos 5.) Algo similar ao batismo com o Espírito aconteceu quando os gentios foram publicamente recebidos, em Atos 10.44 e 11.15. É a isso que se refere 1 Coríntios 12.13, quando foi dada a Paulo a revelação da verdade da igreja como sendo o Corpo de Cristo.

Uma vez que a igreja já foi formada, o batismo com o Espírito não se repete em nossos dias. Hoje os crentes são acrescentados, à medida que cada um recebe o Espírito Santo individualmente, como consequência de sua fé em Cristo e na Sua obra. (Efésios 1.13.)

É bom frisar que em nossos dias o Espírito não é dado pela imposição de mãos. Além disso, mesmo na igreja primitiva, o Espírito nem sempre foi recebido desta maneira (veja Atos 10.44), mas Deus usou este meio em ocasiões especiais para preservar a igreja dos grupos nacionais independentes entre si. Foi o cumprimento de João 11.52. Podemos ver isto quando os samaritanos foram recebidos. (Atos 8.17.) Também quando foi recebido Saulo de Tarso, para que a ele pudesse ser dada a verdade de que os crentes em Cristo são um com Ele e para que Saulo pudesse se identificar com eles. (Atos 9.4,28.) Vemos isto novamente quando alguns gentios, que conheciam apenas o batismo de João, foram recebidos. (Atos 19.6.) "Há um só corpo e um só Espírito." (Efésios 4.4.)

H. E. Hayhoe

Nascido do Espirito - H. E. Hayhoe

Foi sempre pelo Espírito que a vida foi dada a todo aquele que pertence à família de fé. (Ezequiel 11.19; 36.26,27; João 3.5; 6.63.)

Agora todo crente tem "vida em abundância". (João 10.10.) Trata-se de vida em Cristo ressuscitado (João 20.22), de forma que possuímos uma vida sobre a qual o pecado não tem domínio (Romanos 6.14), sobre a qual a morte não tem nenhum direito (1 Coríntios 3.22), e sobre a qual Satanás não tem qualquer poder (1 João 5.18). Essa vida será manifestada na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, conforme 1 Tessalonicenses 4.15-17.

Os santos do Antigo Testamento possuíam vida pelo Espírito, mas não aquela vida à qual as Escrituras se referem como "vida abundante". A vinda do Espírito Santo e Sua habitação em nós deram-nos o conhecimento de filiação, que significa um parentesco consciente que nos capacita a dizer: "Aba, Pai". (Gálatas 4.6.) Uma vez de posse desta vida, temos comunhão de pensamento em unidade de vida, por termos vida no Filho que nos revelou o Pai. O Espírito testifica dEle e da Sua obra a fim de que, por meio da fé, tomemos posse do gozoso conhecimento do parentesco que hoje temos.

Somos nascidos de Deus (1 João 5.1), participantes da natureza divina (2 Pedro 1.4; Efésios 4.24), e habitados pelo Espírito Santo. (1 Coríntios 6.19.)

H. E. Hayhoe

O Espirito Santo - H. E. Hayhoe

Uma busca cuidadosa nas Escrituras irá mostrar que toda obra de Deus tem sido, e sempre será, em Trindade. É sempre Deus o Pai, em Seu propósito; Cristo, o Filho, como Aquele que executa esses propósitos, e o Espírito, por meio de cujo poder os propósitos são executados.

O Espírito Santo é eterno. (Hebreus 9.14.) Ele é uma Pessoa e não apenas uma influência, pois o Senhor Jesus diz em João 14.16, "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre".

Ele convence o mundo do pecado e avisa do juízo prestes a vir. (João 16.8-11.)

Ele guia a toda a verdade; Ele glorifica a Cristo, e cuida das coisas de Cristo, e as mostra para nós. (João 16.13,14.)

Ele, o Espírito Santo, fala em João 16.13, Atos 13.2, 1 Timóteo 4.1 e Apocalipse 14.13.

Ele reparte a cada um conforme Ele quer. (1 Coríntios 12.11.)

Ele nos auxilia em nossas fraquezas e intercede pelos santos. (Romanos 8.26.)

Ele possui os pensamentos de Deus, por isso temos a mente do Espírito, conforme a vontade de Deus. (Romanos 8.27.)

Ele é o Espírito de verdade - sendo as próprias palavras das Escrituras a expressão do Espírito. (João 16.13; 1 Coríntios 2.13)

O que caracteriza esta presente dispensação (que começou no dia de Pentecostes e terminará com a vinda de Cristo como Noivo para a Sua noiva), é a presença do Espírito Santo de Deus sobre este mundo como uma Pessoa divina. Ele habita na casa da cristandade professa. (Atos 2.2; 1 Coríntios 3.16,17; Efésios 2.22.)

Ele também habita em cada crente. (1 Coríntios 6.19.) Ele é para nós a testemunha de tudo o que Cristo é e de tudo o que Ele fez para a glória de Deus. Também é pelo Espírito que somos levados à privilegiada posição de aceitação em Cristo e de glória vindoura juntamente com Ele. Ele pode ser entristecido por nossa conduta, mas nunca nos deixará. (Efésios 4.30; João 14.16.)

Toda obra de Deus é, como sempre foi, pelo Espírito. No Antigo Testamento, o Espírito de Deus foi o poder na criação. (Gênesis 1.2, Salmos 104.30.)

O Espírito de Deus desceu sobre os santos do Antigo Testamento, mas não habitou neles. (2 Crônicas 15.1.) Algumas vezes isso aconteceu mesmo com aqueles que não pertenciam à família de fé, como Balaão e Saul, no Antigo Testamento (Números 24.2; 1 Samuel 10.10), e Caifás, no Novo Testamento. (João 11.51.)

A vida eterna, agora recebida por fé, é desfrutada pelo poder de um Espírito não entristecido. (João 7.37-39; Efésios 4.30.)

A compreensão das coisas de Deus é fruto de um andar na presença de um Espírito não entristecido. (1 Coríntios 2.15.)

O Espírito de Deus irá sempre ocupar a mente, e encher o coração com Cristo, nunca com o próprio "eu", salvo nos casos em que o "eu" precise ser julgado. Isto nos conserva em temor, porém alegres. Em temor por sermos tão pouco conformados a Ele, e alegres por Ele nos amar tanto.

O cristao e a guerra - C. H. Mackintosh

Nosso Senhor Jesus Cristo deixou-nos um exemplo para que seguíssemos os Seus passos. Poderíamos nós seguir as Suas pegadas em um campo de batalha? Somos chamados a andar como Ele andou. Será que ir à guerra é andar como Ele andou?

Oh! Falhamos em muitas coisas; mas se nos perguntam se é correto um cristão ir à guerra, podemos responder apenas fazendo referência a Cristo. Como Ele procedeu? Acaso Ele veio para destruir vidas humanas? Não foi Ele Quem disse que "os que lançarem mão da espada a espada morrerão"? (Mt 26.52.) Ele também disse, "não resistais ao mal" (Mt 5.39). Como podemos conciliar tais palavras com a ida à guerra?

Mas alguém poderá dizer: - O que seria de nós se todos adotassem tais princípios? A isto respondemos que se todos nós adotássemos tais princípios celestiais não haveria mais guerra e, portanto, não precisaríamos mais lutar. Mas não cabe a nós ficar debatendo a respeito dos resultados da obediência. Temos apenas que obedecer à Palavra de nosso bendito Mestre e andar nas Suas pegadas; e se o fizermos, com toda certeza jamais alguém nos verá indo à guerra.

Há aqueles que citam o versículo da Palavra de Deus, "o que não tem espada, venda o seu vestido e compre-a" (Lc 22.36), como sendo uma permissão para se ir à guerra. Mas qualquer mente simples pode ver que este versículo nada tem a ver com a questão. Ele se refere a uma nova ordem de coisas na qual os discípulos teriam que entrar quando o Senhor fosse levado. Enquanto Ele estava com eles, nada lhes faltava; mas então eles teriam que enfrentar, na Sua ausência, o pleno embate com a oposição do mundo. Resumindo, essas palavras tinham uma aplicação totalmente espiritual.

Procura-se usar com frequência o fato de o centurião de Atos 10 não ter sido aconselhado a renunciar ao seu cargo. Não é do feitio do Espírito de Deus colocar as pessoas sob um jugo. Ele não diz ao que acaba de se converter: - Deixe isto e aquilo. A graça de Deus vai se encontrar com o homem onde ele está e leva-lhe uma salvação completa e a partir de então o ensina como andar de modo a expressar as palavras e os modos de Cristo em todo o seu poder santificador e formador do caráter do cristão.

Porém, há ainda aqueles que costumam dizer:

- Acaso o apóstolo, em 1 Coríntios 7, não nos diz para permanecermos na vocação em que formos chamados?

Sim; porém com esta cláusula que mostra claramente os limites disto: "diante de Deus". Isto faz uma diferença substancial. Suponha que um carrasco se converta; poderia ele continuar na sua vocação? Talvez alguém diga que este é um caso extremo. Certamente, mas é um caso que pode ocorrer, e prova quão falho é argumentar utilizando 1 Coríntios 7. Isto prova que há vocações em que uma pessoa não poderia permanecer como estando "diante de Deus".

Finalmente, no que se refere a esta questão, temos que simplesmente perguntar: - Acaso ir à guerra é permanecer diante de Deus ou andar nas pegadas de Cristo? Se for, então que os cristãos procedam assim; mas se não for, então o que fazer?

C. H. Mackintosh ("Things New and Old" - Fev.1876)

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