A profecia de Abraão.
Quando Moisés nasceu, seus pais deveriam saber que o tempo para que eles saíssem do Egito estava próximo. O senhor Deus tinha revelado a Abraão que seus descendentes seriam estrangeiros em uma terra estranha por 400 anos e que na quarta geração eles retornariam para a terra prometida (Gn 15:13-16). Essa família era dessa quarta geração. A profecia dada a Abraão foi recordada por Moisés através de divina inspiração e da mesma maneira ele havia recebido o relato histórico que havia passado de geração em geração por seus ancestrais. Isso indicava que seus pais estavam avisados que a promessa de Deus de libertá-los do Egito seria ainda durante o seu período de vida.
A fé dos pais de Moisés.
Quando Anrão e Joquebede viram que Moisés era “formoso” eles acreditaram na promessa de Deus, levando-os a esconder o menino por três meses e depois colocá-lo num cesto. Em Hebreus 11:23 diz: “Pela fé Moisés, já nascido, foi escondido por três meses por seus pais, porque viram que o menino era formoso; e não temeram o mandamento do rei”. Eles o esconderam até quando puderam, mas quando isso se tornou além de suas possibilidades eles o colocaram em um cesto. A fé que confia no Senhor quando o cuidado de nossos filhos está em nossas mãos, deveria também confiar no Senhor quando o cuidado deles estiverem em outras mãos. Se aprendemos a confiar no Senhor para a criação de nossos filhos enquanto estão em casa, nós devemos aprender a confiar em Deus também quando eles tiverem de sair de casa. Agindo em fé e dependência ao Senhor é mais importante do que a escola a qual eles deverão estudar.
O ato de colocar Moisés no cesto foi um ato de dependência em Deus e é uma bela figura de entregar a criança para Cristo - aquele que foi entregue à morte por nós. Esta é a base da libertação do poder do pecado e de Satanás. Deus honrou a fé deles permitindo que a filha de Faraó resgatasse Moisés do rio. A mesma fé em Deus que escondeu Moisés do mandado de morte feito por Faraó faria mais tarde com que Moisés fosse educado em toda ciência do Egito. Desde que o Senhor mostrou Seu poder miraculoso em salvar Moisés e mantê-lo vivo pela intervenção da filha de Faraó. Assim os pais de Moisés puderam confiar no Senhor em guardá-lo durante o tempo em que ele foi educado no Egito na casa de Faraó. Seus pais não estavam procurando grandes coisas para Moisés em ver seu filho ser educado no Egito, mas o colocaram sob a soberana vontade e poder de Deus.
A ordem no Egito
Estevão nos fala em Atos 7: 21-22 que a filha de Faraó “...tomou-o e o criou como seu filho”. E Moisés foi instruído em toda ciência dos egípcios, e era poderoso em suas palavras e obras”. Essa era a ordem no Egito. O mundo educacional de hoje tem o mesmo tipo de desejo, muito pouco ou nenhum lugar é dado aos clamores de Deus ou a chamada celestial do Senhor Jesus Cristo. Todas as escolas gostam de ter em seus quadros aqueles que alcançaram sucesso e evidência nesse mundo. É importante ver que os pais de Moisés não se deixaram vencer pelo Egito, mas antes entregaram o seu filho para Aquele que era maior que Faraó. A fé deles permitia ver que o Senhor estaria educando Moisés. Eles mantiveram a sua posição de estarem separados do Egito; eles esperavam deixar o Egito e ir para Canaã.
Esse é um ponto muito importante para seguirmos, especialmente na educação de nível superior. Nós, como cristãos, somos chamados por Cristo para uma herança celestial, pois somos peregrinos nesse mundo. Nosso objetivo é diferente e se perdermos de vista essa diferença, enquanto estamos sendo educados por esse mundo, nós facilmente faremos parte dele. Nosso poder de libertação deste mundo é através da fé em Cristo (1 Jo 5: 4-5). A separação moral deste mundo, enquanto vivemos nele, nos preserva de influências mundanas.
Partindo do Egito
Tendo recebido a educação do Egito durante 40 anos, Moisés continuou outros 40 anos de educação no deserto. Deus o estava preparando para o tempo apropriado quando ele estaria apto para libertar os filhos de Israel do Egito. Ele recusou-se ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo antes sofrer as aflições com o povo de Deus, do que por um pouco de tempo ter o gozo do pecado (Hb 11:24).
O mundo esta cheio de pessoas buscando o autoconhecimento. Moisés, que fora educado no Egito, viu isso e não se sentiu obrigado a servir o Egito. Assim também o cristão não deve nada a esse mundo, que prefere os prazeres do pecado a Deus. “E depois foram Moisés e Aarão e disseram a Faraó: Assim diz o Senhor Deus de Israel; deixa ir meu povo, para que me celebre uma festa no deserto” (Êx 5:1). Deus queria que seu povo fosse por uma viagem de três dias no deserto para adorá-lo. Ele tinha todo o direito de clamar por eles. Moisés foi educado e preparado por Deus para libertar Israel do Egito. Não somente ele fora levantado para a salvação de Israel, mas ele foi o instrumento que Deus usou para que tivéssemos os cinco primeiros livros da Bíblia. Eles foram inspirados divinamente, mas também foram o fruto de alguém bem educado.
Esses cinco livros são de longe, o melhor documento sobre a história do homem. Moisés ao se dedicar aos estudos o fez para o Senhor. Faraó, porém, resistiu deixar o povo sair do Egito. Com razão Moisés considerou: “...por maiores riquezas o vitupério de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa. Pela fé deixou o Egito não temendo a ira do Rei; porque ficou firme como vendo o invisível” (Hb 11:26-27). Esse é o tipo de teste que enfrentamos no mundo de hoje. O mundo irá usar alegremente as habilidades do cristão para seus próprios propósitos e fins. Mas, para aqueles que ouvem os clamores de Deus e são fiéis a Ele, como Moisés, terá forte resistência contra deixar o Egito (o mundo) ou fazer qualquer coisa para o Senhor.
Aqueles que usam deste mundo
Na consideração de quanta educação teremos, o desafio diante de nós será como usaremos as coisas deste mundo para o mundo vindouro. É-nos dito em 1 Coríntios 7:31: “E os que usam deste mundo como se dele não abusassem, porque a aparência deste mundo passa”. Se usarmos nossa educação para servir a nós próprios nós estaremos “abusando” dela. Deus criou todas as coisas e nos deu para usarmos juntamente com Ele. Quando o mundo acabar, como de fato acontecerá, aqueles que o usaram para o Senhor não perderão.
O homem liberto do Senhor
No mesmo capítulo sete de 1 Coríntios nós temos boas instruções práticas para aqueles que querem mudar suas ocupações terrenais após terem sido salvos. Nós lemos: “Foste chamado sendo servo? Não te dê cuidado; e, se ainda podes ser livre, aproveita a ocasião. Porque o que é chamado pelo Senhor, sendo servo, é o liberto do Senhor; e da mesma maneira também o que é chamado sendo livre, servo é de Cristo. Fostes comprados por bom preço; não vos façais servos dos homens" (1 Co 7:21-23).
Esses versos são de ajuda em estabelecermos prioridades com respeito ao emprego, nossa profissão e de quanta educação iremos precisar. Cristãos que escolhem ser empregados não são livres para servir ao Senhor durante seu trabalho, mas tem a oportunidade de fazê-lo após o horário do trabalho. Aqueles que são autônomos são mais livres para servir ao Senhor durante o trabalho. No entanto correm o perigo de se ocuparem tanto com o seu trabalho. Mas se souberem controlar bem seu trabalho e seus ganhos terão mais tempo para usar para o Senhor.
Todas essas coisas devem ser consideradas quando decidir por qual ocupação ou trabalho escolher. Esses versos nos lembram do benefício que é estar livre para servir ao Senhor. Muitas ocupações que permitem essa liberdade requerem, geralmente, uma formação maior. A maneira como Moisés foi preservado enquanto passava por sua educação no Egito é de particular instrução para aqueles que precisam escolher uma formação educacional. Moisés teve uma formação no mundo, mas depois a usou para libertar almas deste mundo. Nem todos são chamados para trilhar altos níveis de educação, e com certeza não há uma resposta simples para essa questão que sirva para todos. Dependência e obediência ao Senhor, dirigirá a cada um. “Quanto ao trato dos homens pela palavra dos Teus lábios me guardei das veredas do destruidor” (Salmo 17: 4). - D. C. Buchanan
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