Pesquisar este blog

Mórmons creem em Jesus? - John Kulp

A resposta curta, porém incompleta à questão acima, é: depende do que você quer dizer com as palavras "crer" e "Jesus". Sem dúvida muitos mórmons acreditam da mesma forma que muitos nos dias de Jesus acreditavam em Seu nome quando viam os milagres que Ele fazia (João 2:23), e também como aconteceu com Simão, o mago, quando a pregação do reino de Deus em Samaria foi acompanhada de milagres e sinais (Atos 8:5-24). No entanto, uma crença carnal em uma construção intelectual ou religiosa, independente do quanto você fique impressionado pelo poder sobrenatural da Pessoa divina que fornece os blocos para a construção de tal conceito, não pode salvar sua alma do inferno e da ira de Deus.

Thomas Monson, "apóstolo" e presidente de longa data da Igreja Mórmon ("A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias") morreu esta semana aos 90 anos. Em um breve comentário sobre a vida e morte de Monson, o apologista cristão James White escreveu isto: "Deveria trazer profunda tristeza aos nossos corações pensar em quantas vezes ele pronunciou o nome 'Jesus Cristo', e em todas e cada uma delas ele estava se referindo a um personagem de ficção que não existe e nunca existiu. Ah, o impacto que tem a falsa religião!". Não precisamos entrar nas profundezas da falsa doutrina que os Mórmons detêm sobre a Pessoa do Senhor Jesus Cristo, pois basta dizer que eles não O veem como o Criador incriado de todas as coisas, Aquele que é "o mesmo" eternamente (Salmo 102:27; Hebreus 1 e 13:8).

Todavia, o próprio caráter e significado da fé — ou do ato de crer — também estão em questão. Fiquei perplexo ao encontrar no site Mórmon, onde o próprio ensinamento oficial dos Mórmons tenta distinguir entre várias formas de crença ou confiança em Jesus Cristo, o seguinte texto: "Milhões de pessoas conhecem Jesus Cristo. Seria suficiente saber quem é Jesus e Seu papel no plano do Pai Celestial? Na verdade esse conhecimento é apenas o começo. Compreender e abraçar o papel de Jesus Cristo como Salvador é a chave de toda fé cristã, e exige mais do que ter uma crença teórica de que Ele viveu e realizou grandes coisas. Requer ter a confiança de que Ele realmente foi ressuscitado e que sofreu, não só a morte, mas também a dor espiritual por nossos pecados.". Um aspecto inquietante dessa citação é que ela quase pode ser lida como se tivesse sido dita por um pregador do evangelho. Existe alguma falha nessa afirmação que impediria a salvação de quem a apreende? Vamos explorar um pouco mais o que significa crer no Senhor Jesus Cristo para a salvação e a vida eterna.

Sem dúvida, e antes de tudo, o Jesus em quem é preciso confiar para se ter a vida eterna deve ser aquele revelado nas Sagradas Escrituras, e não pode ser uma falsificação ou uma construção intelectual. Mas, quanto à essência da fé que tem a Cristo como seu objeto, há pregadores cristãos que têm uma visão bastante reducionista do evangelho, apontando para João 3:16 — "quem nele crê" — quase que como uma versão evangélica da "Teoria do Tudo". É certo que qualquer um possa ser salvo ouvindo apenas este versículo em uma mensagem do evangelho, mas para entender o evangelho da graça de Deus e a natureza de "uma fé não fingida" (1 Timóteo 1:5; 2 Timóteo 1:5) exige ter mais ensinamento, tanto do Evangelho de João, quanto da Carta aos Romanos.

Por exemplo, Paulo escreve em Romanos que a justificação exige "fé no Seu sangue", além de fé em Jesus (Romanos 3:24-26). No capítulo 4:24 ele acrescenta a isso a necessidade de crer "naquele [Deus] que dentre os mortos ressuscitou a Jesus nosso Senhor". E então, em Romanos 10:9, Paulo estipula que a salvação é obtida confessando-se com a boca e crendo "que Deus o ressuscitou dentre os mortos". João 1:12 fala de "receber" aquele que é a Luz, e em João 5:24 o Senhor acrescenta outro pré-requisito para ter a vida eterna: "Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem vida eterna". Além disso, em Efésios 2:8 a fé que é requerida é declarada, não como vinda da própria pessoa, mas como sendo um dom de Deus. Ora, fica logo evidente que esse maravilhoso e multifacetado esquema de redenção realizado por Cristo e oferecido ao homem não pode ser reduzido doutrinariamente a um versículo ou frase, mesmo que um versículo como João 3:16, volto a dizer, seja capaz de salvar qualquer um que o escute pela fé.

Não podemos aqui abordar todas as facetas da redenção e de como os crentes entram no gozo de todas as suas bênçãos espirituais em Cristo pela fé. No entanto, um aspecto da fé é muitas vezes esquecido, e até mesmo rejeitado por muitos, e este é o de que a fé genuína é muito mais que o tipo de fé que alguém poderia ter nas leis da gravidade ou da astronomia, e também diferente em seu caráter. A fé deve ser o resultado de uma alma vivificada ou nascida de novo, isto é, de um "coração novo" dado soberanamente por Deus (Ezequiel 36:26). Enquanto muitos criam no nome de Jesus depois de terem visto os milagres, João imediatamente nos fala de como o Senhor Jesus não confiava neles, pois sabia o que era necessário primeiro: O novo nascimento, uma obra vivificadora nas almas dos homens. Somente então, e depois de insistir com Nicodemos que o novo nascimento era necessário para tratar "do que havia no homem" (João 2:25), é que Jesus revela a vida eterna como resultado da fé nele como proveniente de Deus. Leia de João 2:23 até 3:16, em especial conectando a passagem de João 3:2 com 2:23, a fim de obter uma compreensão do que o Senhor Jesus sabia, e do que Ele exigia como requisito para que a fé fosse eficaz para alguém ser até ser capaz de "ver (pela fé) o reino de Deus" (João 3:3).

A fé efetiva deve ter a alma nascida de novo como ponto de partida, e qualquer "fé" que seja resultado de milagres, ou qualquer "crença" decorrente da vontade do homem, continua sendo rejeitada por Deus como fruto da carne, a qual não pode agradar a Deus. Veja João 1:12-13 e Romanos 8:7-8. Não importa em quê um Mórmon moralmente correto possa acreditar; se ele não considerar a necessidade de uma fé e vida divina fundamentada numa "nova criação", o seu conhecimento de Cristo e sua fé em Cristo não passarão de uma fé "segundo a carne" (2 Coríntios 5:16-17). E se acontecer de um Mórmon ser vivificado pela graça soberana de Deus, sua fé acabará repousando naquele que "é o verdadeiro Deus e a vida eterna" (1 João 5:20) e, sem dúvida, ele logo se afastará do falso conceito que o sistema que a "A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias" estabeleceu para a crença carnal. E muitos já fizeram exatamente isso, louvado seja Deus!

John Kulp
Traduzido de "Do Mormons believe on Jesus?"


(Esta mensagem originalmente não contém propaganda. Alguns sistemas de envio de email ou RSS costumam adicionar mensagens publicitárias que podem não expressar a opinião do autor.)

Postagens populares