Quais são os mandamentos do Senhor?
Já vimos que aquilo que o Senhor ordenava ele expressava em sua própria vida, mas ele deu os mandamentos de que, aquilo que fosse visto nele, pudesse ser manifestado em seus discípulos. Os Evangelhos contêm muitos dos mandamentos do Senhor. No Evangelho de Mateus, capítulo 5, lemos: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” (Mt 5:16). “Não resistais ao mal” (Mt 5:39). “Amai a vossos inimigos” (Mt 5:44). “Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus.” (Mt 5:48). Estes eram apenas alguns dos mandamentos dados pelo Senhor nos Evangelhos Sinóticos, cada um dos quais foi expresso em sua própria vida, e que ele deseja que sejam também nas vidas dos seus, para que ele seja conhecido diante dos homens, além de assim darem prazer a ele e a seu Pai.
No Evangelho de João ele ordenou aos seus discípulos “Permanecei em mim” (Jo 15:4, 10), seguido de “O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.” (Jo 15:12). A Pedro, o Senhor deu mandamentos dirigidos ao seu serviço pessoal: “Apascenta os meus cordeiros.” e “Apascenta as minhas ovelhas.” (Jo 21:15-17). E quando Pedro quis saber o que era para João fazer, o Senhor lhe disse: “Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti? Segue-me tu.” (Jo 21:22). Devemos permanecer no Senhor em dependência dele e em comunhão com ele, sempre firmados no senso de seu grande amor por nós, e manifestando o divino amor para com nossos irmãos, buscando fazer sua vontade e seguindo a ele.
Nas Epístolas temos muitos dos mandamentos do Senhor, tanto para o santo individualmente, como para a manutenção daquilo que é devido a Deus em sua assembleia. Devemos abençoar os que nos perseguem, não nos vingarmos a nós mesmos pelo mal que nos é feito, mas vencer o mal com o bem (Rm 12:14-21). Devemos estar submissos às autoridades e não dever nada a ninguém (Rm 13:1, 8). Nenhuma palavra torpe deve sair de nossa boca e não devemos entristecer o Espírito Santo (Ef 4:29, 30). Existe uma boa lista de mandamentos, ou exortações, encontrada em 1 Tessalonicenses 5:15-22, e muitos outros mandamentos são encontrados nas outras epístolas. Depois de ter escrito tantas coisas relacionadas à ordem de Deus na assembleia, o Espírito de Deus por intermédio do apóstolo Paulo acrescentou: “Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor.” (1 Co 14:37).
Obediência como prova de amor
Aqueles que amam o Senhor Jesus encontram prazer em tudo o que ele falou e certamente desejam conhecer e fazer a sua vontade. É disso que o Senhor fala em João 14:21: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama.”. Quando pensamos em quem é o Senhor Jesus, e no que ele fez por nós, isso certamente produz uma resposta de afeição para com ele em nossos corações, e a evidência desse amor é nossa busca em conhecer o que ele quer que sejamos e façamos para ele. Seus desejos são expressos em seus mandamentos, e estes são valorizados pelo verdadeiro discípulo, que irá querer cumpri-los. O Senhor então nos fala da bênção que vem para aqueles que valorizam e praticam os seus mandamentos, “...e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.”.
O nosso amor para com os filhos de Deus é também expressado pela obediência aos mandamentos de Deus, conforme está escrito, “nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e guardamos os seus mandamentos. Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados.” (1 Jo 5:2-3). Encorajar os filhos de Deus em um caminho diferente não é amá-los, e nem andar com eles nesse caminho, e tampouco apoiá-los de qualquer forma naquilo que não está em conformidade com a vontade de Deus. O verdadeiro amor é manifestado mostrando a eles o que Deus deseja, e isso pelo nosso próprio andar no caminho da vontade de Deus, nos recusando a fazer qualquer coisa que seja contrária ao que ele mandou.
Seus mandamentos não são pesados
Até mesmo quando obedecer à vontade do Pai significava sofrimento e dor para o Filho de Deus na terra, mesmo assim ele dizia: “Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu” (Sl 40:8). O apóstolo Paulo podia “se gloriar nas tribulações” como algo normal para o cristão que faz a vontade de Deus, e podia sentir “prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo.” (2 Co 12:10), sabendo ser esta a vontade de Deus.
O Senhor nos deu os seus mandamentos para que a natureza divina pudesse criar maneiras de se expressar, e para que cada expressão da natureza divina viesse a manifestar nosso prazer em fazer a vontade de Deus e desse prazer a ele. Os mandamentos divinos são pesados para a carne, mas não são pesados para a natureza divina, ainda que possam resultar em dor, sofrimento, aflição e perseguição por se fazer a vontade de Deus. Um cristão que está sob a influência do mundo achará pesado obedecer aos mandamentos do Senhor, mas se ele renunciar ao mundo e julgar a carne, que deseja as coisas do mundo, a natureza divina poderá ter livre curso e fazer a vontade de Deus.
Andando como o Filho de Deus andou
Um dos preciosos privilégios do verdadeiro crente é saber que ele conhece a Deus, e que esse conhecimento é obtido “se guardamos os seus mandamentos” (1 Jo 2:3). Caminhando em obediência à vontade de Deus nos faz conscientes de conhecermos o Deus cuja vontade buscamos fazer. Um mero professo, que não possui a natureza divina, que não é um filho de Deus, se mostra falso por não buscar ou fazer o que Deus ordenou. Todos cristão professo, por causa da profissão que faz, diz que conhece a Deus, mas sua atitude para com os mandamentos de Deus provará se ele é verdadeiro ou falso.
O teste é: Será que ele anda como o Filho de Deus andou neste mundo? Trata-se de um dos mandamentos de Deus que o cristão deva andar “como ele andou” (1 Jo 2:6). Não se trata de um novo mandamento; trata-se daquilo que o Senhor pediu a seus discípulos quando esteve aqui na terra: foi o que disse a Simão Pedro quando ordenou “Siga-me”. Este velho mandamento resume todos os mandamentos do Senhor Jesus, pois cada um deles nos direciona a segui-lo em expressar a vida divina que foi vista em sua perfeição nele em seu testemunho a seu Pai, e o mandamento antigo é encontrado na palavra “aquilo que era desde o princípio”, isto é, no ministério do Filho de Deus aqui na terra.
João acrescenta: “Outra vez vos escrevo um mandamento novo, que é verdadeiro nele e em vós” (1 Jo 2:8). O que o Senhor agora ordena desde o céu é um novo mandamento como tendo sido enviado do novo lugar aonde ele agora foi morar, mas em síntese trata-se do mesmo que ele havia ordenado quando estava na terra. Quando estava na terra, o que ele ordenava era encontrado nele; tratava-se da vida divina na qual Deus era manifestado. O que ele agora ordena como sendo um novo mandamento não é apenas encontrado nele no céu, mas é também encontrado naqueles que são seus; nos filhos de Deus na terra, pois ele comunicou a estes sua própria vida, a vida na qual a natureza de Deus é manifestada. Por termos a natureza de Deus somos capazes a andar como o Filho de Deus andou, mas para isso devemos deixar de lado tudo o que é da carne e que impede a expressão dessa vida divina.
Tudo o que pedirmos receberemos
Trata-se tanto de uma responsabilidade como de um privilégio guardar os mandamentos do Senhor. Se amamos nosso irmão, não iremos querer vê-lo passando necessidade e cerrar nossas entranhas de compaixão. Quando andamos com uma boa consciência, temos “confiança para com Deus” (1 Jo 3:17-21). Com esta santa confiança na presença de Deus podemos pedir, com total liberdade, as coisas que são necessárias para levarmos adiante a vontade do Senhor, sabendo que iremos recebê-las, “porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos o que é agradável à sua vista.” (1 Jo 3:22). Ninguém que esteja andando em obediência a Deus iria pedir algo que não fosse para sua honra e glória.
O que Deus exige de nós é “que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o seu mandamento.” (1 Jo 3:23). Quanta coisa há no Nome do Filho de Deus! Este Nome nos fala da grandeza de sua Pessoa, da magnitude de seu poder, de seu eterno parentesco com o Pai, de sua fama e sua glória, e o Pai gostaria que participássemos e tudo o que seu Nome representa, crendo naquilo que nos é apresentado nas Sagradas Escrituras, pois é crendo no seu Nome que recebemos a vida eterna que está nele (Jo 20:31). É por termos a vida que Deus dá que podemos amar uns aos outros; o amor deve ser manifestado aqui para que os homens saibam que somos discípulos do Filho de Deus e filhos de Deus.
“E aquele que guarda os seus mandamentos nele está, e ele nele.” (1 Jo 3:24). Apesar de ser verdade que todo filho de Deus está no Filho de Deus, e que o Filho habita nele pelo Espírito, também é verdade que de uma forma prática podemos estar em Cristo em dependência dele e em comunhão com ele, e na medida que assim estivermos nele ele irá estar em nós. Em João 15:4 temos a exortação do Senhor: “Estai em mim, e eu em vós”, e por esta razão podemos entender que é na medida em que guardamos os seus mandamentos que iremos estar no Filho, e o Filho irá estar em nós para manifestar o que ele é em testemunho para este mundo. Que maravilhosa bênção e privilégio para nós conhecer nosso lugar como estando no Filho, e o Filho estando em nós.
“His Commandments” - “An Outline of Sound Words”, Volumes 80-90.
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