Permita-me usar de uma ilustração para ajudar a esclarecer este ponto. Suponhamos que eu planeje construir uma garagem para meu automóvel e tenha uma pilha de tábuas que há muito venho guardando para esta finalidade. Decido contratar um carpinteiro para construí-la para mim e peço que ele utilize estas tábuas para a construção. Ele examina a pilha de tábuas e depois de alguns minutos volta dizendo: - Examinei sua pilha de tábuas e tenho más notícias para você. Suas tábuas estão podres. Não há nenhuma boa em toda a pilha! O que foi que ele fez? Acaso ele tentou melhorá-las?. Não! Ele as condenou. Preste atenção no versículo 3 de Romanos 8 e verá que foi isto o que Deus fez com nossa velha natureza - o velho homem. "Porquanto o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne." Meu carpinteiro condenou minha pilha de tábuas, mas então ele me diz: - Tenho uma boa notícia para você; trouxe a quantidade de madeira nova e boa que você irá precisar para construir sua garagem, e isto não lhe custará absolutamente nada. É um presente. Eu, que havia ficado tão triste quando ele me disse que minha velha pilha de tábuas estava podre, pois dependia dela, vejo agora minha miséria ser transformada em gratidão, e exclamo: - Muito obrigado! Veja a força dos versículos em Romanos 7: "Miserável homem que eu sou!" e em seguida, "Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor" (v. 24,25). Deixei de olhar para mim e olhei para Cristo e, me regozijando naquilo que Ele fez, encontro-me cheio de gratidão.
Temos aquela pilha de madeira podre dentro de nós - a velha natureza - e alguns cristãos tornam-se miseráveis ao se ocuparem com ela e com o desejo constante que ela tem de tomar o controle de seus corpos. Deixemos de olhar para nós mesmos e passemos a dar graças a Deus por nos enxergar em Cristo. "Portanto agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus." (Rm 8.1). Você está se condenando por ter uma natureza caída? Deus diz que nos vê em Cristo Jesus e "santos e irrepreensíveis diante dele em amor" (Ef 1.4). É realmente triste descobrir quão má é a velha natureza, mas isto deveria apenas levar-nos a ficar mais agradecidos pela libertação, conhecendo nossa nova posição diante de Deus em razão daquela bendita obra realizada em nosso favor no Calvário.
Deixe-me continuar um pouco mais com a ilustração acerca do carpinteiro. Depois que ele se foi, começo a pensar naquela velha pilha de tábuas. "Será que estarão todas podres mesmo? Talvez exista alguma tábua boa no meio..." e então me ponho a mexer na pilha para ver se existem algumas tábuas que não estejam podres, pois há muito que contava com elas. Naquele momento o carpinteiro chega e pergunta-me o que estou fazendo. Eu explico o quão mal me senti quando ele me disse que toda a pilha de tábuas estava podre. Achei então que poderia encontrar algumas peças em bom estado em seu meio. - Ah! - exclama ele - Você está se aborrecendo sem necessidade. Por que não agradecer simplesmente pela nova pilha de tábuas ao invés de ficar procurando alguma tábua boa entre as velhas? Querido leitor, você tem estado a procurar por algo de bom na velha natureza? Deus já desistiu disso há muito tempo e se você desistir agora será uma pessoa feliz. O carpinteiro pega então um encerado e cobre a velha pilha de tábuas. É evidente que ela não irá melhorar estando sob o encerado, mas ele me diz para eu viver como se ela não estivesse ali. É isto que significa nos considerarmos "mortos para o pecado" (Rm 6.11). Podemos dizer que a velha natureza - o velho homem - não sou mais "eu, mas o pecado que habita em mim". Nossa posição diante de Deus é em Cristo. [continua]
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