Existem três coisas importantes que nos são apresentadas aqui. Primeiro devemos aprender esta grande e importante lição "que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum" (Rm 7.18). Acaso você já teve algum mau pensamento brotando em sua mente e o repudiou imediatamente dizendo - Nunca pensei que um cristão pudesse pensar desta maneira - ? Se você creu verdadeiramente neste versículo não ficaria surpreso em ver que sua velha natureza (o velho homem) não mudou desde que você foi salvo. Temos que aprender isto. Precisamos entender o que significa. O inimigo de nossas almas, que trabalha naquele velho homem, tenta nos transtornar trazendo-nos maus pensamentos que são correspondidos pela velha natureza. Alguém disse certa vez que seu velho relógio nunca o desapontou porque nunca confiava nele. Você confia em sua velha natureza agora só porque está salvo? Você pensa que pode se colocar nos caminhos das tentações e permanecer confiante? A Bíblia diz: "O que confia no seu próprio coração é insensato" (Pv 28.26). A velha natureza não melhora - nunca! Lembre-se do que é dito, "que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum". Quem disse isto? O amado apóstolo Paulo, um dos homens mais piedosos que já viveu, pois seu velho homem não era nem um pouco melhor do que o de qualquer outro crente.
Preste agora atenção a uma segunda coisa em Romanos 7.20: "Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim". Ele aprendeu que não há nada de bom na carne (no velho homem), mas existe aqui algo de maravilhoso para nos apossarmos. Ele não se refere mais ao velho homem como "eu". Deixe-me dar uma ilustração disto. Suponhamos que exista uma pessoa que acaba de ser salva, tendo deixado muitos de seus velhos pecados pois passou a viver para agradar a Deus. Um dia alguém lhe pede para fazer algo que ele fazia nos seus dias de incredulidade, mas que agora ele sabe ser errado. Ele responde: - Não; eu não quero mais fazer aquilo pois sou um cristão. Porém, após ele haver se recusado, algo acontece. Satanás sussurra em seu ouvido: - Você não disse a verdade; você queria fazer aquilo, e disse ao seu amigo que não queria... Terá ele falado uma mentira? Não! Ele apenas deixou que o inquilino genuíno - o novo homem - atendesse à porta! Acaso a nova vida nele desejava fazer aquilo? Não! O que havia nele que desejava tal coisa? Bem, ele poderia dizer, - Não sou mais eu, mas o pecado que habita em mim. Continuamos a ter aquela velha natureza, mas deveríamos deixar o novo homem atender à porta. Sim, ele disse a verdade, pois o velho homem não é mais "eu", agora é o novo homem o verdadeiro "eu", a vida de Jesus que há em cada crente; a vida que sempre agrada a Deus e não pode pecar. Deixe que sempre o novo homem tome as decisões e elas serão decisões acertadas, pois embora o velho homem esteja em nós, e nunca melhore, ele não é mais o "eu" em sua vida. Que bendito livramento!
Chegamos agora à terceira coisa nos versículos 22-25 de Romanos 7. "Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus. Mas vejo nos meus membros outra lei que batalha contra a lei do meu entendimento e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros. Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte? Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor." Mesmo sabendo daquelas duas coisas que acabamos de considerar, ele mostra que o conflito continua; ele diz que desejo agradar ao Senhor mas este conflito me faz muito infeliz. A natureza caída continua tentando me arrastar para as coisas que são erradas. Mas após dizer "Miserável homem que eu sou!", ele pergunta, "QUEM me livrará do corpo desta morte?" Ele olha para fora de si, para o Senhor Jesus Cristo, em busca de libertação e então tem a pronta resposta. Começa então a dar graças. Isto é de grande importância. Você já tentou expulsar maus pensamentos e acabou por vê-los de volta piores do que nunca? Alguém disse certa vez que se você tentar lutar com um limpador de chaminés, ficará tão sujo quanto ele!
O que Deus está nos dizendo aqui? Que podemos nos desviar daqueles maus pensamentos que vêm por intermédio do velho homem e deixar que o Espírito de Deus, por meio do novo homem, nos ocupe com Cristo. Podemos agradecer a Deus por termos sido introduzidos, pela obra do Senhor Jesus, em uma nova posição perante Ele, onde podemos nos considerar já mortos para o pecado, e onde o novo homem encontra o seu gozo e livramento ao desviar o nosso olhar de nós mesmos para Cristo. [continua]
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