Suponho que ninguém conteste que o casamento está sob ataque
atualmente.
Um número cada vez maior de pessoas está escolhendo viver junto
fora do vínculo matrimonial e muitos governos agora reconhecem isso em assuntos
como imposto de renda, benefícios sociais e direitos de propriedade. Entre os
que escolhem se casar, as taxas de divórcio são elevadas. Nos Estados Unidos e
no Canadá, as taxas de divórcio são de 40 a 45%. As taxas são mais baixas em alguns
países europeus, mas chegam a 55% na Suécia. As taxas de divórcio ter diminuído
nos últimos anos, mas segue em paralelo com a ascensão de quem escolhe a
condição de “morar junto”. Mesmo entre os que permanecem juntos, é sabido que
muitos casamentos são infelizes e mantidos apenas por responsabilidades para
com os filhos e outros fatores como dinheiro ao invés de amor verdadeiro.
Alguns estão literalmente "por um fio" esperando que um evento
aparentemente banal provoque uma separação. É triste dizer, mas as taxas de
divórcio entre os que professam ser crentes não são muito melhores do que as dos
incrédulos. Podemos muito bem perguntar qual é a razão para tudo isso e o que
aconteceu para causar um colapso tão alarmante no que foi ordenado por Deus
para a alegria do homem. Existe uma série de fatores que influenciaram essa
tendência ruim e gostaríamos de olhar para alguns destes a luz das escrituras.
As expectativas
Em primeiro lugar, muitas vezes as pessoas entram no
casamento com esperanças irreais. A abastada sociedade em que vivemos tem originado
expectativas elevadas em coisas materiais, como boa casa, bons carros e férias fantásticas,
para resumir, a chamada "vida boa". O que alguns pais podem ter
adquirido depois de muitos anos de trabalho duro, alguns jovens querem agora.
Quando bons empregos não estão disponíveis ou salários não tão elevados quanto
poderiam ser, a desilusão se instala e pode resultar em discórdia conjugal.
A Palavra de Deus nos diz: "contentai-vos com o que tendes;
porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei" (Hebreus
13: 5). Também nos é dito que " Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos,
estejamos com isso contentes" (1 Timóteo 6:8). Por outro lado, o
mesmo livro nos diz que "Deus... abundantemente nos dá todas as coisas
para delas gozarmos " (1 Tim. 6:17). Assim, Deus tem prazer em dar
aos seus filhos, mas para que eles usem essas coisas para a Sua glória, não
para uma satisfação egoísta.
O Estilo de vida
Em segundo lugar, cinema e propaganda possuem uma ampla
influência, usando mídias como a televisão, Internet, revistas, cartazes e
folhetos dão uma visão nada realista da vida em um mundo pecaminoso. Uma visão ideal
e impraticável de vida geralmente é apresentada com pessoas bonitas cercadas
por todo o conforto disponível, sempre felizes e desfrutando de um mundo
supostamente delicioso. A palavra de ordem é: "Você merece isso".
Mais uma vez, quando a realidade não corresponde a esta imagem idílica, é fácil
para um dos cônjuges culpar o outro e as dificuldades surgirem.
Devemos lembrar que o que vemos hoje ao nosso redor ainda é o
mundo de Caim, um mundo formado por um homem que "saiu da presença do
Senhor" e, em seguida, cercou-se de tudo o que podia para torná-lo tão
feliz quanto possível em um mundo marcado pelo pecado, mas com Deus do lado de
fora. O estilo e os detalhes podem ter mudado ao longo dos séculos, mas não o
princípio. Este mundo está sob maldição e arruinado pelo pecado. Ainda há muito
beleza porque Deus tem preservado este mundo dos efeitos totais da queda do
homem, mas se buscarmos nossa alegria nas coisas deste mundo, chegaremos a mesma
conclusão de Salomão: "Tudo é vaidade e aflição de espírito"
(Eclesiastes 1:14). A alegria completa somente pode ser alcançada em Cristo,
não nas coisas que nos rodeiam.
Além disso, grande parte da indústria do cinema é formada
por tudo o que está no mundo, "a concupiscência da carne, a concupiscência dos
olhos e a soberba da vida" (1 João 2:16). Quando os crentes se permitem
uma dieta constante de tais coisas, seu pensamento pode começar a seguir em
paralelo ao mundo; ficamos despreocupados com o pecado e podemos começar a aceitar
coisas que deveriam ser repudiadas. Isso também tem um efeito devastador sobre
um casamento cristão.
Uma visão de longo prazo
Em terceiro lugar, a falta de uma visão de longo prazo
assola muitas pessoas atualmente e tem um grave efeito sobre os casamentos.
Quando o passado parece que não fornece nenhuma resposta e o futuro do mundo
parece sombrio, os homens começam a viver efetivamente apenas para o momento.
"Comamos
e bebamos, que amanhã morreremos"(1 Coríntios 15:32) torna-se o fundamento
segundo o qual muitos vivem. É triste dizer, mas esse pensamento pode afetar
até mesmo os crentes tornando-se como aqueles que "nada vendo ao longe"
(2 Pedro 1:9). A vantagem no presente precede sobre o ganho futuro e o tempo
presente tem precedência sobre a eternidade. Ao invés de procurar agradar ao
Senhor e estarem dispostos a sofrerem aqui com a perspectiva da recompensa
eterna, trocam tudo isso por alguns momentos de indulgência agora.
A Palavra de Deus é o único livro que nos diz para colocarmos
o nosso tesouro no céu e estarmos dispostos a sofrer privações, aqui na Terra, segundo
a vontade de Deus enquanto aguardamos a recompensa futura. Deus em Sua Palavra
nos dá uma visão de longo prazo, pois Ele vive e se move na eternidade. Aqueles
que se encontram em um casamento difícil podem continuar aonde estão, pois irão
obter uma rica recompensa no dia que se aproxima.
Junto com este ponto está a questão de olhar para dentro e
estar disposto a obedecer a palavra de Deus. Se um casamento cristão está em
dificuldade, muitas vezes, o primeiro pensamento é de procurar aconselhamento.
Isto certamente pode ser útil e não estamos dizendo nada contra isso. No
entanto, gostaria de sugerir que é muito melhor se, antes de tudo, marido e
mulher ficassem de joelhos em oração e em seguida procurassem a orientação da palavra
de Deus. Isso evita a "lavação da roupa suja" na presença de um
terceiro e dá a glória a Deus. Um dos nomes do Senhor Jesus é
"Conselheiro" (Isaías 9: 6) e certamente Ele é digno de nossa
confiança. Vamos confiar nele em primeiro lugar para nos orientar e guiar de
acordo com a Sua palavra, mas não desprezando qualquer fonte humana que Ele
possa permitir para nos ajudar.
Humanismo Secular
Em quarto lugar, a rede do humanismo secular tem permeado
tudo na sociedade ocidental e trouxe com ela uma atitude egocêntrica no que diz
respeito a tudo o que deve ser a felicidade do homem. Isso gera uma fixação em
si mesmo levando sempre a infelicidade. Como um irmão em Cristo, uma vez comentou:
"O homem natural gosta de sugerir que o casamento é meio a meio. Mas, em
um casamento cristão, cada um deve ser 100% para o outro e ambos 100% para o
Senhor". Mas quando duas pessoas se juntam e ambos são "tomadores",
essa é uma receita para o desastre.
Junta-se a isso o fato de que, hoje, muitos vêm para o
casamento com ideias muito imaturas sobre o que o casamento é e o que é
necessário para fazê-lo funcionar. Um casamento feliz exige trabalho duro de
ambos, marido e mulher. Como bem colocado por outro irmão:
"Se um homem e uma mulher vivem bem juntos, eles devem colocar
a planta do amor no local mais ensolarado e seguro nas suas moradas. Eles devem
regá-la com lágrimas de arrependimento ou de alegria; devem zelosamente remover
os insetos que a destroem e arrancar as folhas mortas que a vida pode colocar.
E se eles acham que qualquer negócio nesta vida pressiona mais que o cuidado e a
manutenção desta planta, eles não são merecedores um do outro e o efeito do
tempo será rápido e severo".
Hoje, alguns entram no casamento com problemas não
resolvidos em suas vidas, pecados não julgados e tendências destrutivas em sua personalidade,
caráter e estilo de vida. Eles esperam que o casamento resolva tudo isso automaticamente
e traga felicidade. Na verdade, isso somente agrava, pois o cônjuge pode também
trazer algum deste tipo de bagagem e cada um irá exacerbar os defeitos do
outro. A única solução é procurar a graça do Senhor para confessar essas coisas
e superá-las.
O papel da mulher
Em quinto lugar, o movimento feminista e o novo papel das
mulheres no mundo atual tem colocado uma pressão sobre o casamento. Embora a
Bíblia não proíba que a mulher trabalhe fora de casa, fica claro que Deus pretendia
que a mulher "governasse a casa" (1 Timóteo 5:14) e, em geral, tenha sua
esfera de influência na casa. A forte tendência nos últimos 40 anos para as
mulheres trabalharem fora de casa como uma coisa regular tem, em muitos casos,
privado os filhos de cuidados de uma mãe em seus anos de juventude e causado
discórdia no lar. O ditado moderno, "Você pode ter tudo", não foi uma
verdade para as mulheres, apesar da importância que é dada a ele. Estive em um
congresso médico há alguns anos e fiquei impressionado com o título de uma
palestra: "Supermulher, supermãe, supercansada!" Pode haver momentos
em que a esposa e mãe é obrigada a trabalhar fora de casa, mas precisamos
lembrar que a sabedoria do homem nunca é melhor do que a sabedoria de Deus.
No entanto, devemos reconhecer que a falta de uma liderança
adequada por parte do marido contribui muitas vezes para o desejo de uma mulher
trabalhar fora de sua casa. Os dois extremos são possíveis. Por um lado, alguns
homens jovens atualmente fazem muito pouco para se preparar para o casamento e
as suas responsabilidades. A sabedoria de Deus diz: "Prepara fora a
tua obra, e apronta-a no campo, e então edifica a tua casa" (Provérbios
24:27). O homem deve ser o provedor e ele deve assumir essa responsabilidade a
sério, começando muito antes do seu casamento. Por outro lado, alguns homens
tornaram-se "workaholics", idolatrando o seu trabalho a tal ponto que
as suas esposas e filhos são negligenciados. Eles podem ter um bom salário, sendo,
portanto, bons provedores, mas ao mesmo tempo negligenciaram o bem-estar moral
e espiritual de suas famílias. Quando uma mulher é deixada sozinha por longos
períodos, ela começa a se sentir "direito adquirido" e desvalorizada.
Ambos os extremos podem fomentar um desejo por parte da esposa para procurar
trabalhar fora de sua casa.
Os mandamentos de Deus
Finalmente, e de suprema importância, desistir dos mandamentos
de Deus e a autoridade de Sua palavra tem um efeito incalculável no casamento.
Essa triste tendência afeta não só o relacionamento conjugal, mas também muitas
áreas de nossas vidas. Nos últimos 50 anos ou mais, a palavra de Deus tem sido gradualmente,
mas de forma constante, negligenciada e finalmente forçada a sair do domínio
público. Ela foi substituída por pensamentos do homem, que na maioria dos casos
são exatamente o oposto da sabedoria de Deus contida em sua palavra. Esse
afastamento da Palavra de Deus foi mais profundo nos países que haviam abraçado
o cristianismo, quando a luz foi entregue, tornando o homem pior do que aqueles
que nunca tiveram luz.
O casamento foi ordenado por Deus e Ele deu em Sua palavra a
direção e orientação para essa relação. Quando a Sua palavra é abandonada, o
efeito é semelhante, em termos naturais, a quem compra um equipamento, mas joga
fora o manual de instruções fornecido pelo fabricante. Não é de se admirar que
ele não funcione direito.
Hoje, com todos os ataques de Satanás ao casamento,
precisamos mais do que nunca olhar para longe das tendências deste mundo e da
sabedoria do homem. Nunca seremos mais sábios do que as escrituras e Deus, que
quer a nossa bênção final, nos dará o que é necessário para que mesmo no mundo atual,
os nossos dias ainda possam ser "como os dias dos céus sobre a terra" (Deuteronômio
11 : 21).
W. J. PROST – Novembro de 2014
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