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Os Dez Mandamentos - C. H. Brown - Parte 7

O Décimo Mandamento Mosaico


"Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem cousa alguma do teu próximo" (Êx 20:17).


Agora vamos ler Hebreus 13:5: "Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque Ele diz: não te deixarei, nem te desampararei". O décimo mandamento foi o que matou o apóstolo Paulo. Ele parecia ser capaz de atender aos outros nove, mas reconheceu: "eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: Não cobiçarás... Mas o pecado, tomando ocasião pelo mandamento, me enganou, e por ele me matou" (Rm 7:7-11). Paulo descobriu o que todos nós descobrimos: que cobiçar é tão natural quanto respirar. Porém a verdade revelada do cristianismo condena a cobiça não menos severamente do que o fez a lei de Moisés.

Quantas tragédias funestas temos visto entre os santos de Deus, que sacrificaram tudo para prosperar neste mundo! A cobiça é egoísmo. "Contentando-vos com o que tendes". Isto, obviamente, não quer dizer que se você está vivendo hoje em pobreza terá que viver sempre nela; não, não se trata disso. O significado desta exortação é que deveríamos nos sujeitar às nossas circunstâncias, e estarmos contentes nelas até ao tempo quando aprouver a Deus alterá-las. Em outras palavras, não fique o tempo todo a se lamentar porque as coisas não estão como você gostaria que fossem. Não viva gemendo e se queixando; esteja contente. E se aprouver a Deus melhorar suas circunstâncias atuais, dê-Lhe graças por isso.

"Mas é grande ganho a piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isto contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, oh homem de Deus, foge destas coisas" (1 Tm 6:6-11). 

Quão verídica é a Palavra de Deus! Acaso não temos visto todas estas afirmações das Escrituras confirmadas na vida dos santos? Às vezes nossos jovens acham que devem buscar alcançar o nível de vida que vêem nos outros. O resultado disso é a cobiça de uma coisa após outra. A verdade é que o fato de vivermos na época mais próspera que o mundo jamais conheceu tem contribuído para acelerar o desejo de querermos sempre mais. Quanto mais tivermos, mais vamos querer ter. Não há limite. Mas, quão diferente é o Espírito de Cristo! O de dar, e não o de conseguir. Assim nos ensinou: "Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber" (At 20:35).

Porém não estou dizendo que devemos dar tudo o que temos. Houve apenas um homem, que é mencionado na Bíblia, a quem o Senhor deu esse conselho - o jovem rico de Lucas 18. E disse isso para que ele se desse conta do câncer que lhe corroía a própria alma - a cobiça. Não, irmão, as possessões terrenais não constituem o segredo da felicidade. A felicidade é um estado de espírito. É o desfrutar da Pessoa e Obra de Cristo que conserva o coração em descanso e paz. Tenho encontrado pessoas, santos de Deus, que nada possuem das coisas deste mundo, e ainda assim irradiam felicidade. Eles têm Cristo.

Em resumo, no cristianismo não estamos sob a lei, porém sob a graça. Não estamos sob a letra dos dez mandamentos. Estamos sob o seu equivalente moral ensinado nas epístolas, exceto no caso do único mandamento que era cerimonial, ou seja, o shabbat. Não existe nada que tenha o seu equivalente no cristianismo. Os outros nove mandamentos - quanto ao seu conteúdo moral - nós os temos, porém não da forma de "fareis" e "não fareis", porém como a expressão da nova natureza que temos, como nascidos de Deus. Jamais nos lamentaremos se assim os respeitarmos. Será para nosso bem agora e por toda a eternidade. A justiça da lei será cumprida em nós (Rm 8:4). Assim o fruto do Espírito será produzido em amor para com Deus e para com todos que são nascidos de Deus. "O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor" (Rm 13:10). C. H. Brown

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