Nos dias de hoje há muitos cristãos
verdadeiros que não têm certeza se possuem ou não o Espírito Santo. Muitos
estão orando para que o Espírito lhes seja dado. Para isso há um teste
fundamentado nas Escrituras: Se um homem, convencido de pecado e crendo no
Senhor Jesus como seu único Salvador, O qual consumou a obra da salvação, puder
verdadeiramente dizer de todo o coração, "Aba, Pai", essa pessoa
possui o Espírito Santo. "Porque não recebestes o espírito de escravidão
para outra vez estardes em temor [que a lei dá], mas recebestes o espírito de
adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai" (Rm 8:15). E também,
"Porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de Seu
Filho, que clama: Aba, Pai" (Gl 4:6).
Quem lê a Bíblia e crê no que está
escrito sabe que isso é verdade. Mas mesmo aqueles que não aprenderam isto de
suas próprias Bíblias com frequência têm consciência de seu parentesco com
Deus; Ele é seu Pai, e eles são Seus filhos. E na presença de Deus em oração,
se dirigirão a Ele, de coração, como "Pai". Uma pessoa assim pode
ainda ignorar muitas coisas e ter muito que aprender. Pode ter também muito
para "desaprender" do falso ensino que recebeu dos homens, mas se
puder verdadeiramente dizer, "Pai", então é porque foi o Espírito, e
só Ele, Quem lhe ensinou isso. Não se trata simplesmente de conversão. Um pecador,
como pecador, não pode receber o Espírito, mas assim que um homem crê
verdadeiramente em Cristo, e Seu sangue precioso o limpa de seus pecados, então
o Espírito Santo vem e faz morada nele.
Vemos a diferença no caso do filho
pródigo. Ele caiu em si: ele reconheceu que havia pecado e estava pronto para
perecer. Ele se levantou e decidiu voltar para seu pai. Agiu da maneira
correta. Ele estava verdadeiramente convertido, mas ainda não estava vestido
com o melhor vestido, e nem tinha o anel no dedo ou sandálias nos pés. Mesmo
não tendo ainda voltado a seu pai, ele bem sabia da riqueza e abundância da
casa de seu pai, mas não sabia se poderia entrar ali. Ele não sabia se seu pai
o receberia. Ele não tinha o sentimento de ser um filho. Ele pensou até em
dizer: "Faze-me como um dos teus jornaleiros", pois sabia não ser
digno de ser chamado filho. Ele nem pensava em ser um filho, embora
verdadeiramente o fosse. Ele não ousaria dizer, "Aba, Pai".
Quantos verdadeiros convertidos,
homens e mulheres, se encontram na mesma condição. Não estão selados pelo
Espírito (Ef 1:13). Talvez não sejamos capazes de explicar como clamamos
"Aba, Pai" ou por que sabemos que possuímos tal privilégio. Talvez
não saibamos nada da doutrina do Espírito Santo (devemos conhecer alguma coisa
das Escrituras para poder conhecer este assunto), mas se podemos
verdadeiramente clamar "Pai", é porque devemos ter o Espírito de Deus
habitando em nós.
Existem muitos que, por causa de
ensino errado, têm medo de dizer que são filhos de Deus, mas quando se
encontram sozinhos em oração na presença de Deus, dizem: "Pai". Eles
pronunciam este bendito nome do fundo de seus corações. Trata-se da obra do
Espírito habitando neles. "Onde está o Espírito do Senhor aí há
liberdade" (2 Co 3:17). Não só há liberdade na presença de Deus, como
também libertação do poder do pecado.
Olhe agora, por alguns instantes,
para a obra do Espírito Santo por nós. Primeiro, é o Espírito Santo que
convence, ou nos faz convictos, do pecado (Jo 16:8-9). Ele não é um espírito de
escravidão, mas de adoção (Rm 8:15). Sabemos que somos filhos de Deus, e se
somos filhos, somos também herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo (Rm
8:17). Se somos herdeiros, então temos uma herança, mas ter um parentesco com
Deus e com Cristo é algo muito maior do que ter uma herança, a qual é apenas o
resultado desse parentesco. Sabemos disso tudo por meio do Espírito.
O amor de Deus é derramado em
nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (Rm 5:5). Quão precioso é
isto. Estamos em amor, o amor de Deus, pois Deus é amor (1 Jo 4:16), e pelo
Espírito, Ele habita em nós. A prova do amor é que Deus entregou Seu Filho
unigênito e que o Filho Se entregou por nós. Mas só podemos desfrutar desse
amor por meio do Espírito Santo. Por Sua presença o amor é derramado em nossos corações.
O apóstolo João diz: "Ninguém
jamais viu a Deus; se nos amamos uns aos outros, Deus está em nós, e em nós é
perfeita a Sua caridade. Nisto conhecemos que estamos nEle, e Ele em nós, pois
que nos deu do Seu Espírito" (1 Jo 4:12-13). E a fim de mostrar que isto,
sem sombra de dúvida, pertence a todos os cristãos, ele diz: "Qualquer que
confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus está nele e ele em Deus" (1 Jo
4:15).
É difícil para alguém que não anda
com Deus crer que possamos estar em Deus, e Deus em nós. Mas a Palavra diz
claramente: "Se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é
dEle" (Rm 8:9). Ele habita em nós, e aquele que anda em comunhão com Deus
desfruta disso e se regozija nisso com humildade e gratidão. A presença de Deus
nunca nos torna orgulhosos. Ele é grande demais para sermos algo diante dEle.
Não foi quando Paulo esteve no terceiro céu que correu o perigo de se exaltar
além da medida, mas quando ele voltou à Terra (2 Co 12).
O Espírito de Deus nos dá conhecer
também que estamos em Cristo, e que Cristo está em nós (Jo 14:20). Nenhuma
condenação há para aqueles que estão em Cristo Jesus. Não só os nossos pecados
foram perdoados e estamos justificados diante de Deus, como também somos
aceitáveis a Deus em nosso Jesus que é o Amado, pois somos feitos
"agradáveis a Si [recebidos por favor] no Amado" (Ef 1:6). Aqui vemos
a perfeita aceitação do crente e também sua responsabilidade. Diante de Deus eu
sou perfeitamente aceito em Cristo. Mas se estou em Cristo, Cristo está em mim
como vida e poder, e sou responsável por manifestar esta vida diante do mundo.
Cristo comparece diante de Deus por nós, e nós comparecemos diante do mundo por
Cristo.
Portanto, pelo Espírito Santo,
sabemos que estamos em Cristo e que Cristo está em nós. Que maravilhoso fato é
que o Espírito de Deus habita em nós! Isso é resultado da perfeita redenção
feita por Cristo. Mas que responsabilidade recai também sobre o cristão! Deus
não habitou com Adão, mesmo quando este era inocente, antes de haver pecado no
Jardim do Éden. Deus não habitou com Abraão, embora o tivesse visitado e Abraão
fosse chamado de "Amigo de Deus" (Tg 2:23; Is 41:8).
Foi só depois de Israel ter sido
redimido pelo sangue de um cordeiro, embora aquele fosse apenas um tipo da
verdadeira redenção, que Deus veio habitar no meio do Seu povo e desceu entre
os querubins no santo dos santos, no tabernáculo. Agora que a verdadeira
redenção está completa, Ele vem habitar nos crentes individualmente e em Seu
povo reunido pelo Espírito Santo. Sua presença em nós é mais do que conversão.
As pessoas lavadas no sangue de Jesus tornam-se o lugar de habitação de Deus.
São, assim, seladas para a glória por meio do dom do Espírito Santo.
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