Pesquisar este blog

O mesmo Senhor descera do ceu - J. N. Darby (Parte 2)

A Fé, o Amor e a Esperança - Gostaria de me referir a dois versículos do primeiro capítulo, mas antes devo lembrar que a primeira Epístola aos Tessalonicenses trata da vinda do Senhor para o Seu povo, enquanto que a segunda Epístola nos fala da Sua vinda para o mundo.

"Sempre damos graças a Deus por vós todos, fazendo menção de vós em nossas orações. Lembrando-nos sem cessar da obra da vossa fé, do trabalho da caridade (amor), e da paciência da esperança em Nosso Senhor Jesus Cristo, diante de nosso Deus e Pai."(vers. 2,3). Estas três palavras, fé, amor e esperança, e aquelas que as acompanham, com seu significado enfatizado por estarem juntas, como obra da fé, trabalho do amor e paciência da esperança, nos mostram claramente como se encontravam os tessalonicenses, e quais as características que devemos ter.

Vejamos a "obra da vossa fé" ou, como diz em outra versão, a "operosidade da vossa fé". Conhecendo a essência daquilo que temos diante de Deus nossa fé pode trabalhar enquanto ainda estamos aqui neste mundo. Quando subirmos para o lar então teremos descanso, mas enquanto estivermos aqui deve haver a operosidade da fé.

Em seguida encontramos "trabalho de amor". Podemos notar que entre os tessalonicenses havia trabalho conectado com o amor que possuíam. Havia muitas coisas pelas quais eles tinham que passar. Os tempos eram difíceis. Porém, uma vez mais podemos encontrar esperança conectada a isso, e não somente esperança mas "paciência da esperança". Não era algo que deveria sofrer desgaste. Tinha que durar e efetivamente durou.

Há, porém, outra coisa que iremos notar, ou seja, que tudo isso estava "diante de nosso Deus e Pai". Eu não somente tenho fé, esperança e amor, mas estou revestido de tudo isto diante de Deus. Ele olha para mim não apenas para ver se estas coisas estão com sua luz emanando de mim, mas procura ver se é em Sua presença que estas três coisas estão brilhando. Os pobres efésios perderam seu primeiro amor (Apocalipse 2). Havia abundância de obras, mas quando Deus olhou para seus corações não encontrou neles oamor. A obra da fé, o trabalho de amor e a paciência da esperança são coisas que devem estar juntas diante de Deus nosso Pai.

Mais adiante lemos: "não temos necessidade de falar coisa alguma; porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro. E esperar dos céus a Seu Filho, a Quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura" (vers. 8-10). A fé dos tessalonicenses dava testemunho do que tinha sido o trabalho de Paulo entre eles, e assim testemunhando, aguardavam o Filho de Deus vindo dos céus. Se o coração não pudesse obter a certeza de que Aquele que vem é o Libertador da ira que está por vir, essa vinda não seria suportada. Mas você sabe que somos "guardados na virtude de Deus para a salvação, já prestes para se revelar no último tempo" (1 Pd 1.5) e, sendo assim guardados por Deus para uma salvação assegurada, podemos pacientemente esperá-la, e não apenas esperar pela salvação, mas esperar por uma determinada Pessoa, o próprio "Jesus, que nos livra da ira futura" (1 Ts 1.10).

É este, amado irmão , o fulgor da esperança que tenho. No que diz respeito a mim mesmo, posso não estar com tudo tão correto quanto poderia desejar; posso não ter tudo em ordem em minha própria casa, e é com tristeza que o digo. Mas há um algo mais além! Ele diz, "Certamente cedo venho!" (Ap 22.20). E Ele certamente virá! Ele é Aquele cuja volta está nos planos de Deus. O propósito de Deus é que Ele venha e que, assim vindo, possa colocar todos os inimigos de Deus sob Seus pés, e estabelecer um novo céu e uma nova terra onde habita a justiça. Ele será fiel a Seu Deus e Pai; certamente cumprirá tudo o que Deus Lhe deu para fazer.

Não nos admira que quando olhamos para o nosso andar à luz de Sua vinda, nos consideramos indignos dEle. Eu não poderia esperar que nos sentíssemos de outra maneira. Mas eu gostaria que pudéssemos ter sempre diante de nossa mente a Pessoa do Senhor Jesus Cristo, levantando-Se de Seu lugar à direita do Pai a fim de vir nos buscar. Creio que bem cedo isto iria tornar o nosso andar mais consistente e colocaria as nossas afeições, nosso coração e pensamentos em perfeita ordem.

Acaso não é esta uma radiante esperança? Ele virá, e em Sua vinda irá reivindicar a Igreja para Si, pois diz em João 14.2,3: "Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito: vou preparar-vos lugar. E, se eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também". Ele ainda não cumpriu Sua promessa feita a Pedro. Pedro já está com o Senhor, mas ainda não foi levado para a casa do Pai, e não o será até irmos todos juntos estar lá com Ele. Será que não há algo de afetuoso nisto? Acaso não existe nada de adorável na idéia de irmos estar na casa do Pai? Será que não existe nada de maravilhoso acerca do coração daquele Filho que, embora tendo estado assentado por quase dois mil anos à direita de Deus, continua pensando em voltar para o Seu povo aqui? Porventura não há algo extremamente amoroso em tudo isto?

Ele virá sobre a nuvem de glória. Ele virá para levar Seu povo para o lar. Nós nunca O vimos, mas então poderemos vê-Lo. Não podemos ficar sem Ele, e Ele não ficará sem nós! Nós O veremos com nossos próprios olhos! Nós O escutaremos com nossos próprios ouvidos! Em tudo seremos semelhantes a Ele na glória. (Clique para continuar...)

Postagens populares